Águas da revolta
A vereadora da Câmara Municipal de Viana do Castelo eleita pela CDU defendeu, anteontem, a saída da autarquia da Águas do Norte e a «(re)municipalização da gestão de redes de água e saneamento, à semelhança do que estão a fazer outros municípios», e «recorrer aos fundos comunitários para concluir as obras e infra-estruturas que faltam para abastecer de água e garantir a rede de saneamento de águas residuais a toda a população do concelho».
Em conferência de imprensa, Ilda Figueiredo considerou que «os elementos disponíveis confirmam que é de seis milhões de euros o aumento do custo da compra da água para cumprir os valores mínimos garantidos referentes aos anos de 2011 a 2014, resultantes do contrato de concessão de exploração e gestão».
A eleita calculou ainda em pelo menos 1,5 milhões de euros/ano o total a pagar por Viana do Castelo «pela compra da água que era sua até agora, à empresa Águas do Norte», e alertou que as «repercussões a curto e médio prazo vão fazer-se sentir nos munícipes, os quais vão pagar a água a custos mais elevados».
Também no concelho de Sines a CDU se manifestou contra o aumento da tarifa da água, proposta em reunião de Câmara com o crescimento das taxas de tratamento de águas residuais e resíduos sólidos urbanos. Em comunicado, alerta-se que «segundo os novos tarifários, aqueles serviços aumentarão mais de 100 por cento em cinco anos, ou seja, em 2020, os sinienses pagarão mais do dobro dos valores actuais».
Cobrança indevida na Nazaré
Na Nazaré, a estrutura concelhia da CDU denuncia que na sequência dos aumentos das tarifas de água, saneamento e resíduos, aprovados pelo executivo municipal em Janeiro deste ano, muitos utentes estão confrontados com o pagamento de facturas referentes a 2014 de acordo com os preços em vigor somente em 2015.
«O grupo político da CDU na Assembleia e na Câmara Municipal da Nazaré, prevendo a possível aplicação dos novos preços na facturação atrasada, avisou o executivo» que «não poderia fazer a cobrança retroactiva». No entanto, «de nada serviram os avisos», lamenta a CDU, para quem «esta manobra não é nova», tendo ocorrido semelhante situação no anterior mandato.