EUA bombardeiam hospital no Afeganistão

Crime cirúrgico

Pelo menos 22 pessoas morreram e cerca de 40 ficaram feridas num bombardeamento norte-americano contra um hospital civil da Médicos Sem Fronteiras em Kunduz, no Afeganistão.

O hospital foi repetidamente atingido com muita precisão

 LUSA

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A Organização Não Governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) decidiu suspender a sua acção humanitária na cidade afegã na sequência do ataque ocorrido sábado, 3, que considerou como um «presumível crime de guerra» e uma «odiosa resposta de força da NATO» à ofensiva dos talibans sobre Kunduz. A MSF exige «uma investigação completa e transparente» a um ataque que qualifica também como uma «violação grave da lei humanitária internacional».

A organização garante que «o principal edifício do hospital, onde estão instalados a unidade de cuidados intensivos, o serviço de urgência e a ala de fisioterapia, foi repetidamente atingido com muita precisão em cada ataque aéreo».

«Quando conseguimos sair, prosseguiu um porta-voz da MSF, o edifício principal estava envolto em chamas. (…) Os doentes que não conseguiram fugir morreram queimados nas suas camas».

As autoridades norte-americanas vieram, entretanto, admitir que o bombardeamento possa ter provocado «danos colaterais» e anunciaram o desencadeamento de uma investigação. A MSF, no entanto, rejeita que a ofensiva seja encarada como mais uma que «produziu danos colaterais», como afirmou o Pentágono, e insiste na responsabilização. Até porque, «à semelhança do que faz em todos os cenários de conflito, comunicou as localizações precisas das suas instalações a todas as partes envolvidas em várias ocasiões nos últimos meses e, mais recentemente, no passado dia 29 de Setembro».

A MSF explica, igualmente, que o ataque prosseguiu 30 minutos depois de as autoridades militares em Cabul e Washington terem sido informadas de que o hospital estava cheio de pacientes e de funcionários e tinha sido atingido.

O Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, disse, por seu lado, que o bombardeamento é «indesculpável» e «possivelmente criminoso».

 



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