- Nº 2182 (2015/09/24)

CDU CRESCE E AVANÇA

Editorial

Com a aproximação das eleições tornam-se mais evidentes os sentimentos de repúdio por parte da população à coligação PSD/CDS, tornando dia-a-dia mais visível o peso da sua previsível derrota eleitoral.

Inquieto com o clima de entusiasmo e confiança que envolve a CDU, o grande capital multiplica esforços para salvar e prosseguir a política de direita. Insiste na bipolarização, mas consciente das dificuldades crescentes em promover este esquema bipolar, serve-se dos órgãos da comunicação social, que controla e domina, para, pelas mais diversas formas, condicionar a opinião e a vontade da população: faz publicar um número indeterminável de amostras e barómetros a que chama sondagens; recorre insistentemente à desgastada ideia do «empate técnico»; avança com um ataque provocatório à Festa do Avante!; tenta silenciar e caricaturar as iniciativas da CDU que procura associar à ideia de «cansaço»; difunde e amplia as promessas avulsas do PS e PSD/CDS ao mesmo tempo que omite os seus verdadeiros compromissos para o futuro; promove algumas forças políticas.

De facto, tem razões para temer o reforço eleitoral da CDU. Com um balanço muito positivo à sua intervenção na pré-campanha, a coligação PCP-PEV lançou-se agora, com redobrada força e confiança, na campanha eleitoral. A diversidade de iniciativas, o esclarecimento sereno e persistente, a acção no terreno com forte dinâmica de massas, o contacto directo com muitos milhares de pessoas, as muitas manifestações de apoio, acolhimento e simpatia recebidas, são bons indicadores das reais possibilidades que a CDU tem de crescer e avançar.

Um empenhado esforço e envolvimento das organizações do PCP, do PEV e da ID e de muitos outros democratas e patriotas independentes, ampliam este estilo de trabalho e, valorizando a dimensão ética da CDU, projectam os seus valores e soluções, tornando alcançáveis os objectivos que nos propusemos conseguir. É o caso das diversas iniciativas realizadas nos últimos dias com destaque para o desfile no Porto do passado sábado, que impressionou pela sua grande combatividade e dimensão e o comício que encheu o Coliseu dos Recreios em Lisboa, ambos com a participação do Secretário-geral do PCP. Mas foram também as iniciativas, na última semana, em Sesimbra, na Auto-Europa (onde 620 trabalhadores já declararam o seu apoio à CDU), Marinha Grande, Famalicão, Coimbra (onde foram entregues 857 assinaturas de professores e educadores que apoiam a CDU), Couço, Entroncamento, Samora Correia, Lisboa e Vila Franca de Xira.

A CDU mantém os eixos centrais da sua abordagem: responsabiliza PS, PSD e CDS pela grave situação de declínio a que conduziram o País; exige a ruptura com a política de direita; afirma que há uma alternativa política patriótica e de esquerda à actual situação e reafirma o seu percurso de Trabalho, Honestidade e Competência.

Tendo bem presente que o resultado de que partimos são os 7,9 por cento obtidos pela CDU nas eleições legislativas de 2011 e não os valores que diariamente nos são atribuídos por sondagens, é preciso aproveitar este bom clima de entusiasmo e confiança e, com os pés bem assentes na terra, consolidar posições e avançar. Conquistar voto a voto, décima a décima e deputado a deputado e, desta forma, garantir mais votos, maior percentagem e mais eleitos para continuar a luta, em melhores condições, em defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País.

Torna-se também importante concretizar o conjunto de medidas de fiscalização do acto eleitoral, promover reuniões com delegados e membros das mesas, acompanhar o acto eleitoral até à fixação dos editais no dia 4 e alargar as medidas no terreno visando o voto esclarecido.


N
o plano da luta de massas, merecem registo, esta semana, diversas acções em defesa de direitos, salários e horários de trabalho, designadamente na Bosh, autarquias, Soflusa, agricultores da Guarda e estudantes e professores do ensino artístico, entre outros.

Realizaram-se no passado domingo as eleições legislativas na Grécia. Os resultados confirmam a derrota dos partidos historicamente responsáveis pela política de agressão e ingerência contra o povo grego, num quadro marcado pela imposição de um terceiro memorando. O Syriza foi a força mais votada revelando que há sectores com expectactivas que a prática deste partido não confirma. O PCP continua a responsabilizar a UE e o grande capital pelo aprofundamento da exploração e empobrecimento do povo grego e reafirma a solidariedade com os comunistas, os trabalhadores e o povo grego. E, ao mesmo tempo, reafirma a necessidade do povo se libertar dos instrumentos e constrangimentos impostos pela UE e pelo grande capital.

É na CDU que está essa imensa força, a força do povo, a força com que os trabalhadores e o povo puderam contar no combate às injustiças, contra a exploração e empobrecimento em que a política de direita mergulhou o País.

Uma grande força que, mais tarde ou mais cedo, determinará a ruptura com a política de direita e abrirá o novo rumo de uma política patriótica e de esquerda com soluções para um Portugal com futuro.

A vitória da alternativa chegará tanto mais cedo quanto maior for o reforço da CDU já nestas eleições e a intensificação da luta que um tal reforço irá determinar.