Os trabalhadores dos transportes fluviais entre as margens Norte e Sul do Tejo aderiram em massa às paralisações parciais convocadas para exigir melhorias salariais e expressar o repúdio dos trabalhadores pela sanha privatizadora do Governo para o sector.

Na Transtejo, nos passados dias 7 e 8, a greve de três horas por turno foi seguida pela esmagadora maioria dos trabalhadores da empresa, responsável pelas ligações entre Lisboa e o Montijo, Barreiro, Cacilhas e Trafaria e Porto Brandão. Em todos dos períodos abrangidos pela paralisação, somente uma tripulação laborou, «o que demonstra o descontentamento dos trabalhadores», considerou José Manuel Oliveira, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).
O dirigente sindical, citado pela Lusa, explicou que em causa está a exigência de actualizações salariais, as quais não ocorrem desde 2009, e garantiu que novas formas de luta serão avaliadas em breve.

Anteontem, 15, e segunda-feira, 14, foi a vez dos trabalhadores da Soflusa interromperem as ligações entre Lisboa e o Barreiro. A paralisação cumprida nos mesmos moldes que a realizada uma semana antes na Transtejo, registou igual adesão esmagadora, segundo a Fectrans, tendo ficado vincada a reivindicação de melhorias salariais e da anulação dos cerca de 90 processos disciplinares instaurados pela administração da empresa.
O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, participou no plenário realizado na manhã de terça-feira no terminal fluvial do Barreiro, levando aos trabalhadores a solidariedade do movimento sindical unitário.

Arménio Carlos compareceu, igualmente, no plenário ocorrido na manhã de sábado, 12, na CarrisTur, justamente quando os trabalhadores daquela empresa iniciavam uma greve em defesa de melhores salários e pela negociação de um acordo de empresa.

A luta no sector dos transportes em Lisboa e no Porto vai prosseguir, estando já prevista, no caso da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) e Metro do Porto, uma jornada para o próximo dia 22 de Setembro na cidade do Porto, anunciou a Fectrans.