O perigo de uma nova guerra mundial nos nossos dias não deve ser subestimado. Mas a guerra não é inevitável: a par dos perigos para a paz e a liberdade dos povos, há forças que, se unidas e mobilizadas, podem forçar o imperialismo a recuar.
Esta foi uma ideia central saída do debate «Nos 70 anos da Vitória. Lutar contra o fascismo e a guerra», realizado no sábado, no Palco Solidariedade da Festa do Avante!. Participaram Pedro Guerreiro, do Secretariado do Comité Central do PCP, Peter Simonenko, primeiro-secretário do PC da Ucrânia, Yulia Mikhailova, do PC da Federação Russa, e Juan de Dios Villanueva, do PC de Espanha.
Os oradores convidados destacaram que a vitória na 2.ª Guerra Mundial só foi possível devido ao papel da URSS e do movimento comunista internacional e sublinharam o papel dos comunistas na resistência contra a ocupação dos seus países pelas hordas hitlerianas. Denunciaram o ressurgimento na Europa de forças de extrema-direita, incluindo a clique fascista que governa em Kiev. E manifestaram solidariedade aos comunistas da Ucrânia, perseguidos, e aos patriotas de Donbass que hoje lutam contra tropas e milícias nazi-fascistas armadas e financiadas pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
Já Pedro Guerreiro considerou que a 2.ª Guerra não foi resultado da «maldade» dos homens mas a forma encontrada pelo capital monopolista para enfrentar a depressão capitalista desencadeada em 1929 e visou travar o desenvolvimento da luta do movimento operário e popular e o avanço do socialismo na União Soviética. Acentuou que no combate ao nazi-fascismo, «o papel determinante coube à classe operária e ao seu papel na unidade das forças anti-fascistas», tendo sido ela «a principal protagonista da resistência à ocupação, enquanto a classe dominante traía». E reforçou que «foi o povo soviético que – com mais de 20 milhões de mortos –, com actos de grande heroísmo, deu a maior e mais decisiva contribuição para a Vitória».
Para o dirigente comunista, não se pode subestimar, na complexa e instável situação internacional actual, o perigo de um conflito militar mundial. Tal como no passado, os sectores mais agressivos do grande capital apostam no fascismo e na guerra como «saída» para a crise do capitalismo e como forma de enfrentar inevitáveis explosões de revolta e transformação social. Mas «a guerra não é inevitável». A par dos perigos para a paz e a liberdade dos povos, existem também possibilidades de desenvolvimento progressista e revolucionário. E «há forças que, se unidas e mobilizadas, podem forçar a reacção e o imperialismo a recuar e a abrir caminho a uma nova era de paz e progresso social, tendo no horizonte o socialismo e o comunismo».