- Nº 2180 (2015/09/7)

Trabalho é questão central

Festa do Avante!

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O tema do debate de sábado à noite, no Fórum, «Valorizar o trabalho e os trabalhadores», constitui uma questão central da situação do País, da política dos últimos anos e da alternativa de que o País precisa, e alcançar tal objectivo depende, de forma determinante, da luta dos próprios trabalhadores.

Esta ideia perpassou as intervenções de Francisco Lopes, Jaime Toga e Paulo Raimundo, membros dos organismos executivos do Comité Central do PCP, Jorge Machado, deputado e membro da DOR Porto do Partido, e Maria João Antunes, dirigente sindical e membro da DOR Porto da JCP.

Após as grandes transformações e conquistas alcançadas com o 25 de Abril, a política de direita dos últimos 39 anos seguiu um rumo contrário à valorização do trabalho e dos trabalhadores, começou por lembrar Francisco Lopes, que moderou o debate. Tal política agravou-se nos últimos anos, com os PEC (programas «de estabilidade e crescimento» do governo do PS) e com o pacto de agressão (o «memorando» imposto pelo FMI, a UE e o BCE e aceite por PS, PSD e CDS). Nuns e noutro foram inscritas medidas para agravamento da exploração e do empobrecimento dos trabalhadores, a par do afundamento e do declínio do País. Esta demonstrou ser uma política de classe, que ao mesmo tempo propiciou o aumento colossal dos lucros do grande capital.

O agravamento da exploração dos trabalhadores e a acentuada concentração da riqueza, resultado notório de tal política, comprovam que se trata de um programa político, executado nos últimos quatro anos pelo PSD e o CDS-PP, observou Jorge Machado, que ilustrou com números do balanço parlamentar o combate do PCP na AR, pela valorização do trabalho e dos trabalhadores.

Paulo Raimundo destacou, citando exemplos recentes, que a corajosa luta dos trabalhadores e da população fez frente a essa política e a muitas medidas e dificultou a concretização dos planos do Governo. Tal foi possível porque persiste um movimento sindical de classe, os trabalhadores estiveram unidos e o PCP afirmou-se como referência para a luta.

A valorização do trabalho e dos trabalhadores tem que significar uma mais justa distribuição da riqueza, uma melhor repartição do rendimento nacional, realçou Jaime Toga, que integrou aquela meta nos vectores que orientam a política patriótica e de esquerda proposta pelo PCP – cujas propostas são o oposto do que o PS, como o PSD e o CDS, têm feito e querem prosseguir.

Sobre os jovens, os efeitos da política de direita são especialmente dramáticos, afirmou Maria João Antunes, que se deteve sobre o crescimento do desemprego e da precariedade (em especial por via das empresas de trabalho temporário, com grande peso nas operadores de telecomunicações). A resistência reflectiu-se na sindicalização de 14 mil jovens, desde 2012.

As duas intervenções do público focaram as perdas dos trabalhadores e os ganhos do capital na partilha do rendimento, visíveis em dados oficiais; o mau exemplo do Estado na promoção da precariedade, sobretudo com os contratos CEI; a importância da luta dos trabalhadores e a coragem dos muitos que aceitam ser delegados e dirigentes sindicais.

Foi salientada a importância de uma forte votação na Coligação PCP-PEV, também para dar força à luta que vai prosseguir depois de 4 de Outubro.

 

Domingos Mealha