Como de costume, a animação e a brincadeira reinavam no Espaço Criança, com a miudagem muito entretida em correrias, nos balancés, escorregas e demais apetrechos do parque infantil, e com alguns pais a participar nas aventuras. Outros mostravam-se mais entusiasmados com as gomas do Bar, onde um desenho alegre, cheio de crianças a brincar, acompanhava o anúncio de que a Festa da Criança é a 26 de Setembro, no Parque das Paivas (Amora, Seixal).
Esta iniciativa parte da Associação «Os Pioneiros de Portugal», a mesma que dinamiza este espaço, onde, no extremo oposto ao bar, havia outro tipo de ajuntamento: a pequenada mostrava-se muito entretida e divertida com as pinturas faciais, a modelagem de balões, os fantoches de dedo e diversos ateliês – de cerâmica, «pombas da paz» e «moinhos de ventos».
Estas actividades lúdicas decorriam sob uma grande estrutura, na qual se lia, em cima, «Somos a esperança de vivermos em paz». Ali, uma pintura figurava uma espécie de explosão, mas, depois, subia-se para uma dimensão de paz: dia ensolarado, tanque de guerra com flores e de cujo canhão jorrava água para uma «banhoca» ao ar livre, e, ao canto, três crianças de raças diferentes brincavam com cubos, formando a palavra «paz».
Com os vermelhos, negros e amarelos a dominarem as paredes do espaço, e com motivos estilizados que era possível associar ao continente negro, o Pavilhão dos Imigrantes carregava na «africanidade». Junto ao pré-pagamento da cachupa rica, dos pastéis de milho e outras iguarias mais, uma paisagem africana, com embondeiro e cabanas, surgia numa tira quente. A música, também quente, levou muitos a dar ao pé, a bailar, a abanar-se com elegância e ritmo num grande estrado colocado no meio da zona de comes-e-bebes.
Numa parede lateral, uma série de painéis explicava que o PCP está com os imigrantes para defender e aplicar os seus direitos, lembrava as dificuldades que esta comunidade passa em Portugal e sublinhava que a tragédia do Mediterrâneo tem responsáveis e consequências.
Numa das suas paredes, o Pavilhão dos Emigrantes informava que, em quatro anos, cerca de 500 mil portugueses, na sua maioria jovens, se viram forçados a emigrar, recordava que a política de direita não serve as comunidades portuguesas e que os cortes de verbas também atingiram os serviços prestados pelo Estado aos residentes no estrangeiro. Por cima do Bar da Emigração, de onde saíam a sopa de legumes, as salsichas alemãs e a sangria do Quim, lia-se «Pelos caminhos do Mundo a caminho de Abril». Neste espaço, havia ainda um painel a apresentar os candidatos da CDU pelos círculos da Europa e de Fora da Europa, bem como várias imagens de acções do Partido na Alemanha, na Bélgica, em França e na Suíça.
No centenário do seu nascimento, «Virgínia Moura – Uma Mulher de Abril» foi tema de debate na esplanada do Bar da Igualdade, no Pavilhão das Mulheres. Para além disso, a militante comunista era uma de várias mulheres em destaque na parede virada para a Avenida Primeiro de Maio, onde várias fotos as mostravam na luta, a defender o emprego, a cultura e a igualdade ou a ser homenageadas – como no caso de Virgínia Moura e Catarina Eufémia –, junto à inscrição «Com a CDU, efectivar direitos na lei e na vida. Assegurar a participação em igualdade». Na parede oposta, uma outra série de fotos destacava o papel das mulheres em várias lutas, manifestações, junto ao lema «Com a CDU, por uma política patriótica e de esquerda, em defesa dos direitos das mulheres».