A Cultura, componente indissociável da democracia avançada que o PCP defende, esteve em debate no sábado, no espaço «À Conversa com...», em que participaram Jorge Feliciano, José António Gomes e Manuel Pires da Rocha. É inadmissível que a Cultura tenha sido relegada para uma Secretaria de Estado e tenha merecido apenas 0,1% no Orçamento do Estado, quando o mínimo aceitável seria 1%, lembraram. O problema não é a falta de infra-estruturas, há-as e preparadas para grandes espectáculos, só que esses espaços não estão ao serviço da população. Por isso o PCP, que combate os cortes brutais na Cultura e a crescente desresponsabilização do Estado nesta área, está solidário com os subscritores do Manifesto em Defesa da Cultura.
Os oradores falaram ainda da inexistência de uma ligação entre a Educação e a Cultura. A «palavra de ordem» dos últimos governos tem sido a de «educar para a profissão», tratando as questões culturais como mero «adereço do mundo do trabalho» e um «bem de consumo», com total desprezo pela descoberta e a criatividade.
O debate prolongou-se com inúmeras intervenções da assistência, uma das quais lembrou a importância de transformar a cultura em arma.
O Cante Alentejano, recentemente declarado pela Unesco como Património Cultural Imaterial da Humanidade – que perpassou um pouco toda a Festa – não podia também deixar de ser lembrado, merecendo inclusive um debate, onde intervieram João Ramos, Luísa Araújo e Paulo Ribeiro.
MF