Plenário Nacional de Sindicatos da CGTP-IN

Intensificar a luta para construir alternativa

Mais de 500 sindicalistas participaram no Plenário Nacional de Sindicatos que a CGTP-IN promoveu no dia 1, em Lisboa, desfilando em seguida até São Bento para entregar a resolução reivindicativa e de protesto aprovada no encontro.

A luta é o caminho para derrotar a política de direita

Um dos pontos em destaque na resolução é o anúncio da concentração que a CGTP-IN vai realizar junto à Assembleia da República no dia 22, coincidindo com a última votação da legislatura, num dia em que o Governo quer fazer aprovar um pacote de medidas que vão «agravar as condições de vida e de trabalho dos trabalhadores dos sectores privado, público e empresarial do Estado». Com esta acção, a central sindical quer deixar claro que a maioria PSD/CDS já não representa a vontade da generalidade do povo; que é preciso encontrar uma alternativa à política de direita que promova as funções sociais do Estado, defenda o Serviço Nacional de Saúde, a escola pública, uma Segurança Social universal e solidária; que é necessário pôr termo a esta política de exploração e empobrecimento que está a destruir o País.

Do plenário, a Intersindical destaca a afirmação de três ideias fundamentais: é essencial que os trabalhadores continuem a exigir respostas positivas para as suas reivindicações – como o aumento dos salários e efectivação de trabalhadores precários –, mesmo em período de férias; o País não tem futuro com as políticas actualmente implementadas; e, como tal, é necessário mudar de políticas, melhorar a qualidade do emprego, valorizar as carreiras e as profissões, dar dignidade aos trabalhadores, num quadro em que prossegue a luta pelos serviços públicos e as funções sociais do Estado.

Na resolução aprovada em plenário, a CGTP sublinha que, ao contrário do que afirma o Governo, «o País está pior», pois a «política de direita tem desbaratado todo o património nacional, prosseguindo o desmantelamento e encerramento de serviços públicos, e entregando empresas estratégicas do País ao grande capital». As consequências desta política estão à vista: maiores debilidades estruturais do País, aumento da exploração dos trabalhadores e do empobrecimento da generalidade dos portugueses, crescimento das desigualdades e degradação da coesão territorial.

Na análise político-sindical que faz da situação do País, a Intersindical traz a lume o resultado da política de direita, a diversos níveis: desemprego elevado; destruição do tecido produtivo nacional e degradação do emprego a todos os níveis, com gravíssimos impactos sociais e custos muito elevados para o País; empobrecimento devastador da população; intensificação da acção repressiva do patronato e a sua obsessão com a política de baixos salários; ataque às funções sociais do Estado e reactivação do assistencialismo, no âmbito de um processo que visa reconfigurar o Estado para o submeter inteiramente aos interesses do capital económico e financeiro, subvertendo o próprio sistema democrático; alastramento da pobreza, mesmo entre aqueles que trabalham.

Apesar deste cenário – destaca a CGTP –, a ofensiva do capital só não foi mais longe porque a luta dos trabalhadores não o permitiu. A «luta é o caminho certo para derrotar a política de direita e construir a alternativa política» de que os trabalhadores, o povo e o País precisam, pelo que urge alargar e intensificar a reivindicação nos locais de trabalho, articulando-a com a luta de massas, afirma o documento.




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