A Coca-Cola Iberian Partners anunciou, dia 22, que irá reabrir as instalações da fábrica de Fuenlabrada (Madrid), transformando-as num centro de operações e logística ou, por outras palavras, num armazém.
A multinacional responde assim à anulação judicial do despedimento colectivo que atingiu os trabalhadores de quatro fábricas encerradas em Espanha, designadamente nas Astúrias, Palma de Maiorca e Alicante, para além da unidade madrilena.
Os sindicatos maioritários da CCOO e UGT reagiram negativamente, acusando a empresa de contornar a decisão do tribunal. A recente sentença, confirmada pelo Tribunal Supremo, determina a reincorporação dos trabalhadores nos postos de trabalho nas condições anteriores, ou seja, quando a fábrica era um centro de produção.
Com o fim das linhas e o abandono do engarrafamento, a empresa não está a cumprir a ordem do Tribunal, considerou Juan Carlos Asenjo, porta-voz da CCOO na fábrica madrilena.
«Não iremos aceitar nenhum projecto industrial alternativo», acrescentou o representante sindical, assegurando que «o conflito continua».
Os trabalhadores irão portanto continuar acampados frente ao edifício e a desenvolver acções de protesto, como a que teve lugar no próprio dia na praça Porta do Sol, bem como os processos judiciais com vista à aplicação rigorosa da sentença.
Por seu turno, o representante da UGT, insistindo na reabertura das linhas de produção, ressalvou que a prioridade é que não haja despedimentos.
O conflito dura há 17 meses, envolvendo 821 trabalhadores despedidos.