Barreiro projecta Festa do Avante!

Um inspirador «Chão Nosso»

«Chão Nosso», assim se chamou a iniciativa que a Comissão Concelhia do Barreiro do PCP realizou na noite de sábado, 18, dedicada à Festa do Avante!

Neste evento de características singulares e inéditas, foi ela – «a Festa de Abril, festa do povo e da juventude», como a definiu Margarida Botelho, da Comissão Política do PCP, numa saudação aos presentes – a grande protagonista que serviu de fio condutor a uma fantástica história que ao longo de quase três horas foi atentamente seguida pelo público que encheu o Auditório Municipal Augusto Cabrita.

Uma história feita de resistência, tenacidade e poder criador, fortalecidos por muito amizade, camaradagem e confiança, traços que moldaram este projecto único que já leva quase quatro décadas de existência desde a sua primeira edição, em 1976, na antiga FIL, em Lisboa – onde se viveu a Festa que Portugal jamais vira –, e que continua, hoje, perene, na Atalaia, Seixal.

Mas esta não foi uma simples evocação da Festa, nas suas mais diversas expressões culturais e artísticas, os seus espectáculos, a música, o teatro, as artes plásticas, a dança, a arquitectura, a gastronomia, a ciência, o desporto. Nem foi apenas o reviver desse percurso heróico em que foi necessário superar toda a espécie de barreiras e dificuldades, ter de «andar com a casa às costas» – Jamor, Alto da Ajuda, Loures – até se encontrar abrigo e chão firme bem junto ao Tejo, na sua Margem Sul.

Nem serviu apenas para trazer à memória em imagens de vídeo projectadas em grande ecrã os momentos-chave dessa gesta que foi a luta dos trabalhadores como motor de todas as transformações políticas, económicas e sociais que se seguiram à madrugada libertadora do 25 de Abril, esse que continua a ser um património de referência na construção de um futuro de progresso e desenvolvimento escorado nos valores da Revolução de Abril.

Como não foi apenas um veículo de promoção e divulgação da Festa, visando alargar o número de visitantes, a sua área de influência, fazê-la chegar a mais gente.

Sendo tudo isso, a noite de sábado foi ainda – e sobretudo – uma justa homenagem à Festa e aos seus obreiros, um hino à militância comunista, ao apoio dos seus muitos e muito amigos, democratas (com e sem partido), ao trabalho de todos os que com o seu esforço e generosidade a constroem e fazem dela o acontecimento político cultural que é, sem paralelo no plano nacional.

Este foi, pois, um grande espectáculo, bem estruturado, dinâmico, onde se combinaram diferentes linguagens e em diferentes suportes – música, teatro, dança, poesia, vídeo –, só possível graças à dedicação e entrega das cerca de seis dezenas de artistas que subiram ao palco.

Iniciado com uma recriação da Internacional pelo grupo «Chão Nosso», inspirada na versão da banda italiana de fusão «Area» que esteve na primeira Festa do Avante!, o espectáculo foi composto por cerca de 20 apresentações – desde a evocação musical de artistas que passaram pela Festa (como José Afonso, Chico Buarque, Archie Shepp, Dexys Midnight ou Xutos & Pontapés), passando pelas homenagens nelas realizadas (a Luís de Camões, por exemplo), até a evocações como a do centenário de Álvaro Cunhal –, proporcionado momentos de grande emoção e interacção com o público, como foi aquele que se viveu quando o Grupo Coral «Os Amigos do Barreiro» interpretou «Os Mineiros», ou quando os actores recrearam o trabalho voluntário na construção da Festa, ou quando ainda todos os participantes, no final, se envolveram em palco numa contagiante alegria ao som da Carvalhesa.




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