Alternativa que se constrói
A Direcção Nacional da JCP apela à participação da juventude na Marcha Nacional – A força do povo, todos à rua por um Portugal com futuro, no dia 6 de Junho, em Lisboa.
Processo de luta pela construção de uma sociedade nova
Para os jovens comunistas – que se comprometem a efectuar três mil contactos nas escolas e nos locais de trabalho – a Marcha Nacional, convocada pela Coligação PCP-PEV, é dirigida a todos os que exigem a mudança, possível com a luta dos trabalhadores, da juventude, dos democratas e patriotas e do povo. «Há um caminho alternativo que passa pela construção de uma política patriótica e de esquerda», salienta o texto da Resolução Política da Direcção Nacional da JCP, que esteve reunida nos dias 11 e 12 de Abril no Centro de Trabalho Vitória, em Lisboa, para analisar a situação política e social do País e os seus reflexos na vida da juventude.
No documento, valoriza-se o facto de nos primeiros três meses do ano se terem realizado importantes iniciativas da JCP, como o Encontro Nacional de Jovens Trabalhadores, o 13.º Encontro Nacional do Ensino Secundário e a 15.ª Conferência Nacional do Ensino Superior.
Menos de um ano após a realização do 10.º Congresso da JCP, estas actividades traduziram-se num reforço da organização, dando força às lutas travadas nas escolas, nas universidades, nos locais de trabalho.
Destaque ainda para o Dia de Luta Nacional, realizado pelos estudantes do Ensino Básico e Ssecundário no dia 18 de Março, para as comemorações do Dia do Estudante, no dia 24 de Março, com diversas acções por todo o País, e para a Marcha organizada pela CGTP-IN/Interjovens, que culminou numa grande manifestação nacional em Lisboa, no dia 28 de Março, juntando milhares de jovens no Dia Nacional da Juventude, em luta por trabalho com direitos.
Processo de luta
Na Resolução Política, a JCP salienta ainda que as comemorações do 41.º aniversário do 25 de Abril e do 125.º aniversário do 1.º de Maio, Dia do Trabalhador, «devem ser encaradas como duas jornadas de luta pela derrota do Governo PSD-CDS e da política de direita», e que as próximas eleições legislativas são, também elas, «um processo de luta pela construção de uma sociedade nova e pela libertação do povo», que deve servir «para que todos levemos o nosso descontentamento, a luta do nosso dia-a-dia na escola, na cantina, na faculdade, no departamento, na fábrica, na loja, até ao voto».
Para dar mais força àqueles que defendem os direitos dos trabalhadores, do povo e da juventude, a JCP compromete-se a fazer seis mil novos contactos até às eleições legislativas.
Os jovens comunistas dão ainda conta da realização, nos dias 24, 25 e 26 de Julho, em Évora, de mais uma edição do Acampamento pela Paz, organizado pela Plataforma 40x25, da qual a JCP faz parte, juntamente com mais de 50 organizações do movimento juvenil.
Construir uma grande Festa do Avante!
No quadro do desenvolvimento de intensas e exigentes tarefas e luta da juventude, a JCP está a preparar, com alegria e confiança, a 39.ª edição da Festa do Avante!, que decorrerá nos dias 4, 5 e 6 de Setembro. «A afirmação, divulgação e participação nas jornadas de trabalho da Festa é uma tarefa fundamental para contribuir não só para o reforço do PCP e da JCP, mas é também essencial para o reforço da luta da juventude em defesa das conquistas e valores de Abril», destaca a JCP, salientando que, com o objectivo de contribuir para a construção e mobilização para a Festa do Avante!, «torna-se fundamental a divulgação e compra antecipada da EP (Entrada Permanente), sendo importante começar desde já a planificação» tendo em conta o período de Verão, o Comboio da Juventude e as excursões.
Fundamental é também, segundo os jovens comunistas, «a preparação do Concurso de Bandas para o Palco de Novos Valores, grande iniciativa de envolvimento de jovens bandas e músicos do País, prestigiada no meio musical, e que constitui um importante momento na defesa do direito à Cultura e à fruição cultural, aproveitando o Manifesto para o contacto com as bandas» de forma a dinamizar «um foto-protesto nas redes sociais».
«Para termos uma grande Festa, com mais participantes, mais e melhores condições, é essencial continuarmos a desenvolver e massificar a Campanha de Fundos para aquisição da Quinta do Cabo da Marinha, chegando a mais camaradas e amigos», apela a JCP.
Agressões e ingerências
A Direcção Nacional da JCP abordou ainda a situação internacional, tendo alertado para a proliferação das agressões e ingerências por parte das potências imperialistas. São disso exemplo os bombardeamentos e invasão no Iémen, tendo como consequência centenas de mortos e feridos, resultado da operação «tempestade decisiva», integrada por cinco dos seis países membros do Conselho de Cooperação do Golfo (Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Qatar», com o apoio dos EUA e demais potências imperialistas.
Por outro lado, na Venezuela, denuncia a JCP, «continuam os ataques e ameaças ao governo e ao povo venezuelano, país que já sofreu três ataques à soberania com tentativas de golpe de Estado, factor que contribuiu para desencadear uma onda de solidariedade com a luta e as conquistas do povo da Venezuela contra todo o tipo a ingerência externa neste país». «Também a ofensiva desestabilizadora no Brasil, com manifestações promovidas pelas forças de direita e de extrema-direita, procura atacar o governo eleito para ir ao encontro aos interesses imperialistas na região», acrescentam os jovens comunistas.
Na Resolução afirma-se que «o ressurgimento de forças organizadas de extrema direita na Europa vem comprovar a criação das “válvulas de escape” criadas pelo próprio sistema capitalista para solucionar as consequências e problemas que advêm das suas crises cíclicas, como o desemprego, os baixos salários, a pobreza e o aumento das desigualdades sociais».
São disso exemplo, sustentam os jovens comunistas, «a subida do número de votos nas eleições departamentais em França no Partido da Frente Nacional ou os recentes desenvolvimentos na Ucrânia, com a eleição de um nazi-fascista para o conselho das forças armadas, e a aprovação pelo parlamento ucraniano de um pacote legislativo para banir os símbolos e a ideologia comunista, com o objectivo de prosseguir a ofensiva antidemocrática e anticomunista que visa a ilegalização e perseguição ao Partido Comunista da Ucrânia, da Liga da Juventude Comunista Leninista e demais forças progressistas e democráticas».
Reforçar a luta
É neste quadro de necessidade do desenvolvimento e reforço da luta anti-imperialista que se prepara a 19.ª Assembleia da Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD), que se realizará em Novembro em Cuba, colocando objectivos concretos no reforço da ligação às reivindicações e à luta da juventude travada em cada país, bem como o alargamento da amplitude da FMJD a outras organizações de juventude anti-imperialistas no mundo, como ficou expresso no último Conselho Geral da FMJD. Para o sucesso destes objectivos contribuirão todas as actividades da FMJD, entre as quais o Acampamento Anti-Imperialista da região da Europa e da América do Norte da FMJD, que se realiza em Agosto, em Espanha.
Entretanto, desde a última reunião da Direcção Nacional, a JCP participou no 11.º Encontro de Organizações de Juventudes Comunistas da Europa na Alemanha, na missão de solidariedade com a Venezuela da FMJD e no Conselho Geral da FMJD realizado no Líbano.
Apitão no dia 29
No dia 29 de Abril os estudantes do Ensino Básico e Secundário de todo o País vão participar na iniciativa «Apitar é lutar pelo direito de estudar», lançada, em carta-aberta, pela Associação de Estudantes da Escola Secundária Sebastião e Silva, Oeiras.
O protesto pretende alertar para a «falta de mais de seis mil funcionários», o «número excessivo de estudantes por turma», as «centenas de escolas cada vez mais degradadas que precisam de obras urgentes», as «aulas a decorrerem em contentores», os «estudantes obrigados a procurar trabalho para pagar os seus estudos e, nalguns casos, forçados a deixar de estudar», os «refeitórios que são, cada vez mais, concessionados a privados por não haver investimento público», os «custos dos manuais escolares e de outros manuais essenciais à aprendizagem», a «Acção Social Escolar que é insuficiente face às necessidades dos estudantes que precisam de apoio», a «falta de apoios para visitas de estudo», os «cursos profissionais em que se verificam poucas condições de aprendizagem e não dão uma formação completa» e os «Exames Nacionais que avaliam agora a matéria dada ao longo de três anos, colocando mais pressão sobre os estudantes, efectivando-se cada vez mais como uma barreira de acesso aos graus mais elevados de ensino para milhares de estudantes».
Na carta-aberta refere-se que desde 2011 já foram retirados mais de dois mil milhões de euros à Educação, o que tem degradado a qualidade do ensino e a vida dos estudantes. «Só este ano foram roubados à Educação 704 milhões», denuncia a Associação de Estudantes.