PCP, LUTA E ALTERNATIVA

«construir com o PCP e a CDU um outro rumo e um outro caminho de justiça, soberania e de progresso»

O Encontro Nacional do PCP «Não ao declínio nacional. Soluções para o País», que decorreu em Loures no passado sábado, foi um acontecimento de relevante significado político: mais de dois mil participantes, dezenas de intervenções com as análises, propostas e soluções do PCP para o País, presença vibrante de muitos jovens, entusiasmo, alegria e confiança no Partido, expressiva unidade de pensamento e de acção traduzida na aprovação unânime da Resolução e no ambiente geral ali vivido. Um Encontro que apontou o caminho da luta para a construção da alternativa patriótica e de esquerda que o PCP e um número crescente de democratas e patriotas defendem para o desenvolvimento soberano do País. Alternativa inseparável da ruptura com os eixos e opções da política de direita. Caminho que implica, como refere a Resolução, «o desenvolvimento da luta de massas», a «ampliação da frente social», o «alargamento da acção de todos os democratas e patriotas» e «o reforço do PCP e da sua influência».

Um Encontro que marcando o arranque confiante do Partido para uma nova batalha eleitoral – as eleições legislativas – reafirmou os eixos de uma política alternativa à actual política de direita: «a renegociação da dívida, nos seus montantes, juros e prazos; na promoção e valorização da produção nacional e na criação de emprego; na recuperação para o controlo público de sectores e empresas estratégicos, designadamente do sector financeiro; na valorização dos salários, pensões e rendimentos dos trabalhadores e do povo; na defesa dos serviços públicos e das funções sociais do Estado, designadamente dos direitos à educação, à saúde, à protecção social e à cultura; numa política fiscal que desagrave a carga sobre os rendimentos dos trabalhadores e das micro, pequenas e médias empresas e tribute fortemente os rendimentos e o património do grande capital, os seus lucros e a especulação financeira; na rejeição da submissão às imposições do euro e da União Europeia, recuperando para o País a sua soberania económica, orçamental e monetária».

Reafirmou igualmente que está nas mãos dos trabalhadores e do povo a mudança necessária. Mostrou que há soluções para os problemas do País e que o PCP está pronto para assumir as responsabilidades que o povo lhe queira confiar. Encontro realizado num momento de intensificação da luta de massas, com expressão nas importantes acções já marcadas pelo Movimento Sindical Unitário, nomeadamente a acção de luta da CGTP-IN do próximo sábado com manifestações e concentrações nos distritos e nas Regiões Autónomas e que requer redobrados esforços de mobilização.

Encontro que a comunicação social dominante, numa acção de grande envergadura, silenciou de forma vergonhosa, confirmando assim o medo que os poderes dominantes sentem perante a força da proposta alternativa do PCP com soluções para o País. E que, antevendo a pesada derrota que espera os partidos do Governo, preparam, entre novos apelos à resignação e ao conformismo e a velhas e novas ilusões, as falsas saídas que garantam, por outras mãos, a continuação da política de direita.

É neste quadro de unidade, coesão e confiança e de crescente influência social do PCP, que vamos comemorar o seu 94.º aniversário com um diversificado conjunto de iniciativas. PCP, um Partido que se afirma com a sua identidade de classe, partido da classe operária e de todos os trabalhadores, com o objectivo supremo da construção do socialismo e do comunismo, tendo como base teórica o marxismo-leninismo, assente em princípio de funcionamento decorrente do desenvolvimento criativo do centralismo democrático, partido patriótico e internacionalista. Como referia Álvaro Cunhal, um dos seus mais destacados construtores: «o Partido Comunista Português é a vanguarda revolucionária da classe operária e das massas populares. É insubstituível o seu papel no curso democrático actual da política portuguesa. Da sua natureza e do seu papel decorre a sua alta responsabilidade perante as outras forças democráticas, perante o povo e o País». Responsabilidades que, nos dias de hoje e nas condições actuais, continua a assumir perante os trabalhadores e o povo português, ao bater-se por uma política patriótica e de esquerda, por uma democracia avançada, inspirada nos valores de Abril, por um Portugal com futuro, pelo socialismo e o comunismo.

Celebramos igualmente, no próximo domingo, o Dia Internacional da Mulher, 40 anos depois da sua primeira comemoração em liberdade. Marco de grande importância na longa marcha pela sua emancipação, coloca na ordem do dia a necessidade de as mulheres engrossarem a torrente dos que lutam por uma outra política, que dignifique a sua condição, valorize o seu trabalho e defenda os seus direitos. Comemorações que contarão com a empenhada participação das organizações do PCP e das militantes comunistas. Militantes comunistas e PCP que, apesar da perseguição e terror fascistas, iniciaram as comemorações desta data há 62 anos. Comemorações e luta que o PCP continua a travar nos dias de hoje, pela ruptura com a política de direita e por uma política patriótica e de esquerda.

PCP, como afirmou o camarada Jerónimo de Sousa no Encontro Nacional, «esta força que transporta um caudal imenso de esperança de que sim, é possível uma vida melhor, que é possível a mudança a sério de que o País precisa e construir com o PCP e a CDU um outro rumo e um outro caminho de justiça, soberania e de progresso aqui neste chão onde nascemos, vivemos e lutamos como povo que somos, com o povo que temos! Com confiança!».