Palestina confirma pedido de adesão ao TPI

Israel e EUA forçam impunidade

Os governos israelita e norte-americano pretendem impedir que os crimes sionistas sejam julgados pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), ao qual as autoridades palestinianas pediram formalmente adesão por estes dias.

Os EUA advertiram para as consequências da adesão da Palestina ao TPI

A primeira medida de retaliação de Israel perante a confirmação de que a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) havia concluído o processo de adesão ao TPI, foi o congelamento, sábado, 3, da transferências dos fundos para a ANP. No total, Telavive decidiu reter 106 milhões de euros devidos a título de impostos cobrados, os quais constituem mais de metade do orçamento anual palestiniano.

O responsável pela equipa de negociadores palestinianos, Saeb Erakat, qualificou o acto como «mais um crime de guerra» e garantiu que «não recuaremos perante as pressões». Israel conta, também neste caso, com o apoio dos EUA, e o diário israelita Haaretz assegura que o executivo de Benjamin Netanyahu já lançou uma ofensiva diplomática.

O jornal, que cita uma fonte anónima próxima do gabinete do primeiro-ministro israelita, detalha que o objectivo é que o Congresso norte-americano aplique a lei que admite o congelamento da ajuda de Washington à ANP (400 milhões de dólares).

A norma, que pode ser accionada caso a Palestina apresente queixa contra Israel por genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade, foi votada favoravelmente pelos parlamentares norte-americanos, mas a Casa Branca também alinha na manutenção da impunidade israelita. Ainda na sexta-feira, 2, um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA advertiu para as consequências da adesão da Palestina ao TPI.

A formalização do pedido de adesão da Palestina ao TPI foi entregue pelo embaixador do Estado-observador nas Nações Unidas, Riyad Mansur, um dia depois do Conselho de Segurança rejeitar uma resolução que instava Israel a retirar dos territórios palestinianos no prazo de três anos.

A adesão ao TPI significa que «estamos a tentar obter justiça para todas as vítimas que foram mortas por Israel, a potência ocupante», afirmou Mansur.

Detenções aumentaram

Paralelamente, o Centro de Estudos para os Presos Palestinianos divulgou os seus cálculos sobre o total de detidos por Israel em 2014. Segundo aquela entidade, citada pela agência Ma'an, 7110 palestinianos foram presos o ano passado, um aumento de 80 por cento face a 2013. O Centro de Estudos estima ainda que o número de prisioneiros que se mantêm nos cárceres sionistas seja actualmente de 6800, contra cerca de cinco mil no final de 2013.

Quanto ao número de menores detidos, registou-se igualmente um crescimento: 57 por cento em 2014, adianta a mesma fonte, que aponta igualmente a subida em 250 por cento do total de presos sem acusação formal no mesmo período.




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