Sapadores desamparados
Na Assembleia Municipal de Lisboa, realizada a 25 de Novembro, António Modesto Navarro, eleito do PCP, apresentou uma síntese dos problemas e questões que se arrastam na vida e actividade do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa (RSBL).
Situações graves de falta de segurança
Em 2009, António Costa, presidente da Câmara de Lisboa, havia prometido e não cumpriu, como denunciou Modesto Navarro, com os planos de «construção de novos quarteis», de «aquisição de novas viaturas» e de «aquisição de novos fardamentos e de equipamentos de protecção individual», não existindo ainda, por outro lado, um «fundo de maneio para pequenas reparações nas viaturas, estando diversas delas paradas».
«Actualmente o RSBL não dispõe de viaturas de reserva e a idade do seu parque remonta ao ano do incêndio no Chiado e ainda antes», criticou, informando que «das seis auto-escadas existentes só três estão a funcionar, e uma delas sem cesto, gerando situações graves de falta de segurança», e que «os equipamentos de protecção individual em utilização estão todos fora dos prazos certificados, a desfazerem-se».
De igual forma, descreveu Modesto Navarro, «o mapa de pessoal do RSBL prevê um total de 1112 sapadores bombeiros, estando apenas preenchidos 800 lugares, verificando-se uma redução de pessoal de 28 por cento desde 2009 até 2014»; «as promoções não se têm verificado e a estrutura de comando está posta em causa, uma vez que em breve não existirão chefias no topo da carreira»; «em situações de combate a incêndios, não se consegue fazer as rendições no teatro das operações e já nem se fornece reforços alimentares para os sapadortes em serviço há mais tempo nessas situações tão difíceis».
O eleito do PCP na Assembleia Municipal deu ainda a conhecer que existem 11 quartéis em Lisboa, mas que «foi dada a informação de que existem processos em curso para a venda do Quartel e do Museu do RSBL do Colombo, do Quartel do Largo do Regedor e do Quartel da Avenida dos Defensores de Chaves». «Não concordamos com o seu encerramento antes de serem construídos novos quartéis nas zonas em que os actuais se situam, em defesa da correcta cobertura da cidade», defendeu, em nome do PCP.
Na sua intervenção, Modesto Navarro falou ainda do Regulamento Interno do RSBL, dos gratificados e pediu esclarecimentos sobre o trabalho desenvolvido pela 8.ª Comissão Permanente de Mobilidade e Segurança da Assembleia Municipal, que ficou de acompanhar as condições de trabalho, higiene e segurança dos sapadores bombeiros de Lisboa, de modo a verificar se estes têm as melhores condições para cumprirem as missões essenciais que prestam ao serviço das vidas e bens dos lisboetas.
Luta de todos
No dia 17 de Novembro, chefias e elementos do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa (RSBL) protestaram em frente à Câmara Municipal por melhores condições laborais, exigindo a hierarquização do dispositivo, mais informação sobre a reorganização dos quarteis e que a Câmara faça pressão sobre o Governo quanto às regras para as promoções na carreira dos bombeiros sapadores.
Os bombeiros também reivindicaram a continuação da sua presença no Aeroporto de Lisboa, factor de segurança que dura há 50 anos e que agora acaba sem justificação.