Milhares pela escola pública
Uma delegação de estudantes de várias escolas do Ensino Secundário entregou anteontem, 25, no Ministério da Educação, um abaixo-assinado com cerca de 7000 assinaturas contra os cortes na educação.
Os estudantes contestam o corte de 700 milhões na educação
O abaixo-assinado, lançado pela Associação de Estudantes da Escola Secundária de Santa Maria, em Sintra, percorreu mais de 80 escolas em todo o País conseguindo, em apenas um mês, as 7000 assinaturas – muito mais do que as 4000 a que os promotores da iniciativa se propuseram inicialmente. Na nota emitida pela referida associação, a dimensão que o abaixo-assinado acabou por assumir, para mais num espaço de tempo tão curto, «mostra que os estudantes não desistiram, nem vão desistir de lutar pelos seus direitos, pelo seu futuro»; a exigência por uma educação de qualidade e para todos continua, garantem os estudantes.
A recolha de assinaturas é mais uma etapa na luta dos estudantes contra a destruição da escola pública, a mesma que no dia 23 de Outubro trouxe para as ruas do País milhares de estudantes em manifestações e protestos contra as condições em que se iniciou o presente ano lectivo – marcado pela grave carência de professores e funcionários e pela degradação das condições das escolas – e contra o corte de 700 milhões inscrito no Orçamento do Estado para a educação, que se somam aos 1330 milhões subtraídos desde 2011.
No mesmo dia 25, mas no Porto, os estudantes do Ensino Secundário juntaram-se ao «chumbo» do Orçamento do Estado em diversas acções de protesto. Na Escola Secundária Rodrigues de Freitas, os estudantes exigiram, com um apitão à porta da escola, mais condições, mais professores e a manutenção da biblioteca, em risco de encerrar. Na escola artística Soares dos Reis, os alunos assinalaram o chumbo com a pintura de uma faixa, onde expressaram os problemas que hoje enfrentam e os que surgirão com os novos cortes.