Impasse continua
As conversações entre os representantes governamentais e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP) estão num impasse delicado, aguardando o desenlace das operações em curso para a libertação do general Rubén Darío Alzate.
O general foi capturado no domingo, 16, juntamente com alguns acompanhantes, quando se deslocava, à civil, no departamento de Chocó, na chamada zona vermelha, em violação grosseira dos protocolos de segurança.
Logo após ter reivindicado a captura de Alzate e de dois acompanhantes, as FARC-EP anunciaram a disponibilidade para libertar os três detidos, bem como outros dois soldados aprisionados durante um combate em Arauca, de forma a permitir o recomeço das negociações de paz em Havana.
No entanto, segundo informa a Prensa Latina, apesar dos procedimentos para a libertação terem sido acordados com a participação dos representantes de Cuba e da Noruega – que integram as conversações de paz na qualidade de países facilitadores – as autoridades colombianas parecem estar mais interessadas em prolongar o impasse. De acordo com os representantes das FARC-EP, o aumento das acções bélicas em Chocó, com bombardeamentos e outras manobras, dificultam a libertação dos prisioneiros. O próprio dirigente do movimento guerrilheiro, Rodrigo Londoño, alertou para o facto de o presidente colombiano Juan Manuel Santos ter autorizado uma missão sem precedentes com a militarização do rio Atrato, manobras de aviação e bombardeamentos, insistindo num resgate pela força, talvez com o objectivo de precipitar um desenlace que ninguém deseja... mas que daria pretexto para inviabilizar a continuação das negociações de paz.
O restabelecimento das conversações depende agora da vontade de fazer calar as armas.