Direito ao trabalho!
Cerca de 25 mil pessoas manifestaram-se, dia 1, em Atenas, contra as medidas anti-sociais impostas pelo governo de Antonis Samaras, pelo sexto ano consecutivo de recessão.
Dois milhões de desempregados ou com salários em atraso
A jornada de luta foi promovida pela Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME) e envolveu perto de um milhar de organizações sindicais dos sectores público e privado em dezenas de cidades.
Na capital, os manifestantes partiram de nove locais de Atenas e confluíram para a praça Sintagma, junto ao Parlamento, onde vários oradores centraram as suas intervenções na questão do desemprego, dos salários em atraso e dos baixos salários.
A Grécia ocupa o topo da lista do desemprego nos países da União Europeia, com uma taxa oficial de 26,4 por cento da população activa e 50,7 por cento entre os jovens com menos de 25 anos.
Todavia, para além dos 1,5 milhões de desempregados oficiais, existem ainda mais cerca de 500 mil que têm salários em atraso há vários meses.
Segundo a confederação grega dos trabalhadores (GSEE) a taxa real de desemprego ultrapassa os 34 por cento.
Em recessão desde 2008, a economia grega já perdeu mais de um quarto da riqueza anual, por força das medidas restritivas impostas pelos credores internacionais (UE, BCE e FMI), em troca de 240 mil milhões de euros em empréstimos impagáveis.
A PAME exige o aumento do salário mínimo para 751 euros, um subsídio de desemprego de 600 euros, a reposição dos subsídios de Natal, Páscoa e de férias, bem como a abolição dos impostos sobre a propriedade individual (ENFIA) e outras contribuições fiscais que absorvem boa parte do rendimento das famílias.
Greve geral a 27
Para 2015, o governo de Samaras preconiza a manutenção da política de austeridade, com mais cortes na despesa pública, apesar de formalmente o programa de assistência financeira da UE terminar no final deste ano, e o do FMI na próxima Primavera.
A jornada de protesto será prosseguida no dia 27 de Novembro com uma greve geral, em que para além da PAME participam as centrais GSEE (sector privado) e ADEDY (sector público).
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