O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas condenou a actividade dos fundos de investimento «devido às incidências negativas que as regras de crédito destes, em condições abusivas, possuem sobre a capacidade dos governos em cumprir as suas obrigações em matéria de direitos humanos». O CDH da ONU notou ainda que «os fundos abutre, por via judicial e outros meios, obrigam os países endividados a desviar recursos financeiros obtidos pela anulação da dívida» colocando em causa «a capacidade dos governos em garantir o pleno exercício dos direitos fundamentais da população», e apelou aos estados a participarem «nas negociações destinadas a estabelecer um quadro jurídico multilateral para as operações de reestruturação da dívida soberana».
Antes da resolução ser aprovada por larga maioria de 33 países (os EUA votaram contra), o ministro dos Negócios Estrangeiros argentino, Hector Timerman, sublinhou que «os fundos “abutre” não vão parar enquanto nós não os travarmos».
Recorde-se que a Argentina chegou a acordo para o pagamento da sua dívida soberana com 93 por cento dos credores, excepção feita a dois fundos «abutre» que reclamam mais 1,3 mil milhões de dólares do que o país diz ser legítimo pagar, e viram mesmo a Justiça norte-americana acolher a respectiva pretensão, facto que se traduziu na suspensão do pagamento de empréstimos por parte da Argentina.