UBS acusado de fraude
A justiça francesa confirmou, na segunda-feira, 22, a pesada caução de 1,1 mil milhões de euros imposta ao banco suíço UBS, acusado de lavagem de dinheiro agravada e fraude fiscal.
O banco tinha contestado a caução, mas o tribunal de recurso confirmou a decisão judicial, que determina o pagamento do montante antes de 30 de Setembro.
Em comunicado, o banco anunciou a intenção de voltar a «contestar a acção judicial», admitindo recorrer junto do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem para reclamar «o direito a um processo equitativo».
O UBS está sob investigação por incentivo à fraude fiscal junto de cidadãos franceses, que eram aliciados a abrir contas bancárias não declaradas na Suíça.
Além desta prática ilegal, no final de Julho os juízes de instrução acusaram também o UBS de «lavagem de dinheiro agravada de fraude fiscal», por factos ocorridos entre 2004 e 2012. A caução que já pesava sobre a instituição bancária foi então elevada de 2,8 milhões para 1,1 mil milhões de euros.
A Justiça afastou a possibilidade de uma confissão de culpa, que implicava uma multa e o reconhecimento de culpabilidade pelo banco.
Em comunicado, o banco contesta «tanto as bases legais do montante», como o «método de cálculo». Para o director-geral do banco, Sergio Ermotti, a «caução está totalmente para lá do bom senso».
Segundo a AFP, o montante em causa corresponde a 42,6 por cento do último lucro anual da UBS e a 2,8 por cento dos seus fundos próprios.
O caso nasceu de uma denúncia feita por antigos empregados. Uma carta anónima denunciou a existência de uma contabilidade escondida, destinada a registar as aberturas de contas não declaradas na Suíça, obtidas por delegados comerciais em França.
Estes delegados iam a França para procurar clientes ricos, designadamente empresários, vedetas e desportistas. Os contactos eram feitos por ocasião de eventos desportivos, como torneios de golfe ou de ténis, ou ainda em concertos.