Revolta no Paraguai
A intenção do governo do Paraguai de utilizar os fundos de pensões do Instituto de Previdência Social (IPS) desencadeou uma crise inédita no executivo e está a provocar uma revolta popular. O escândalo rebentou, segundo a Prensa Latina, com a demissão de Aníbal Filártiga do cargo de presidente do IPS apenas 11 dias depois de ter sido nomeado, e com a sua denúncia de que a corrupção mina aquele organismo e que era impotente para vencer os poderosos interesses ali instalados.
Em causa está o desvio dos fundos de pensões – fruto dos descontos dos trabalhadores – para outros fins, sobretudo numa altura em que se agravam as condições de assistência a nível dos cuidados médicos, e quando crescem as suspeitas de incumprimento por parte de muitas empresas dos descontos que deveriam fazer, tal como os trabalhadores, para garantir reformas e cuidados de saúde.
No Paraguai apenas um quinto da população está protegida com assistência médica e pensões de reforma graças aos descontos para o IPS. Apesar disso, os fundos envolvidos são muito apetecidos – só quatro fundos de pensões possuem mais de 1740 milhões de dólares! É esse dinheiro que o governo quer agora utilizar a seu belo prazer. Os sindicatos reagiram marcando uma greve de três dias, com início a 30 de Setembro.