REFORÇO, INICIATIVA E CONFIANÇA

«O PCP tem a determinação, a confiança e a força necessárias para lutar e realizar o seu projecto de sociedade. Para projectar os valores de Abril no futuro de Portugal »

A evolução da situação política do País confirma o estado de agravamento no plano económico e social. O desenvolvimento e agudização da situação no BES/GES, confirmando a operação, com o envolvimento do Governo e do Banco de Portugal, de desvalorização dos activos do Novo Banco com vista a facilitar a sua venda e a garantir a concentração do capital, dando cobertura a uma negociata destinada a sustentar a continuação da especulação com o comprometimento de dinheiros públicos; os problemas ligados à atribulada abertura do ano lectivo (escolas encerradas e outras sem condições, milhares de professores por colocar, aumento dos custos da educação para as famílias, ensaios de municipalização da educação em curso, etc.); as dificuldades no Serviço Nacional de Saúde; os graves problemas na Justiça decorrentes da entrada em vigor do novo mapa judiciário; os cortes nos salários dos trabalhadores da Administração Pública, a aplicar já em Outubro; a perspectiva de alargamento do programa de rescisões amigáveis à Administração Local, apontando novas medidas de destruição de emprego público, são alguns dos mais evidentes sintomas desta crise cuja causa principal é a política de direita que o Governo PSD/CDS-PP se mostra apostado em prosseguir e até acelerar à medida que se aproximam eleições. Eleições para as quais se direcciona já a movimentada agitação política a que estamos a assistir.

O PSD e CDS-PP acentuam a propaganda procurando branquear a sua acção e iludir as consequências da política do Governo. O PS prossegue a sua farsa, alheado dos graves problemas do País. As suas lutas internas são trazidas para a praça pública pela comunicação social dominante com o nítido objectivo de, pela projecção mediática, dar grande centralidade a este partido. Procura-se, deste modo, branquear as suas responsabilidades e compromissos com a política de direita e preparar o terreno para a alternância, acentuando lógicas de bipolarização e, ao mesmo tempo, deturpando e fulanizando a acção política e o sistema eleitoral, contribuindo para a sua degradação.

No mesmo plano, anuncia-se a criação de novas forças políticas, no sentido de «fabricar» falsas alternativas que evitem, sobretudo, o crescimento eleitoral da CDU, o único que conta efectivamente para a ruptura com a política de direita e para uma real alternativa.

Perante a exploração e o empobrecimento a que estão a ser sujeitos, os trabalhadores e o povo reagem com a intensificação da luta de massas. Desenvolve-se a acção reivindicativa a partir das empresas e locais de trabalho, em que se enquadra a quinzena de luta marcada pela CGTP-IN para o período de 23 de Setembro a 5 de Outubro. Desenvolvem-se lutas em diversos sectores (entre muitas outras, greve no Metropolitano de Lisboa a 25 de Setembro, greve dos enfermeiros a 24 e 25 de Setembro, o STAL prepara uma jornada nacional de luta em defesa do horário das 35 horas, a Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública aprovou a Proposta Reivindicativa para 2015 e prepara-se para a luta. Mantém-se e amplia-se também a luta das populações contra o encerramento de escolas, em defesa do SNS, contra o novo mapa judiciário e, em geral, em defesa dos serviços públicos.

No plano do Partido regista-se um bom ambiente, ainda sob o impacto positivo do grande êxito político que constituiu a realização da Festa do Avante!. Confirmam-se elementos de reforço político, orgânico e de influência social do Partido que devem constituir factores de ânimo e confiança perante a exigência das muitas tarefas que temos pela frente. Desde logo, a afirmação da alternativa a partir da política patriótica e de esquerda e dos seus seis eixos centrais em que se enquadra a campanha «A força do Povo, por um Portugal com futuro – uma política e um governo patrióticos e de esquerda», com início no dia 28 de Setembro, que estabelecerá os conteúdos, um programa e um projecto para a inadiável política alternativa que assegure, viabilize e concretize a construção de um Portugal com futuro. Na Assembleia da República e no Parlamento Europeu, muitas vão ser as iniciativas dos deputados do PCP em defesa dos interesses dos trabalhadores, do Povo e do País

A par deste diversificado quadro de iniciativas, importa desenvolver o trabalho concentrando energias no reforço orgânico do Partido centrado na acção de contactos, no recrutamento, no reforço da organização nas empresas e nos locais de trabalho, no desenvolvimento da luta e da acção de massas, na afirmação da política alternativa e das propostas do Partido para essa alternativa, no fortalecimento das organizações e movimentos de massas e no desenvolvimento do trabalho unitário.

E neste quadro de intensa intervenção, igualmente importante é a Campanha Nacional de Fundos para aquisição da Quinta do Cabo da Marinha – novo terreno para alargar a Festa do Avante!, grande e importantíssima tarefa que está colocada a todo o colectivo partidário. Tarefa que deve ser assumida como uma grande campanha de massas, aberta aos trabalhadores e ao povo, a todos os democratas. «Uma tarefa – como refere o Secretariado do CC – que, tendo a importância que tem na afirmação do Partido e da melhoria das condições da nossa festa do Avante!, é bem mais do que isso – é a confirmação de que o PCP tem a determinação, a confiança e a força necessárias para lutar e realizar o seu projecto de sociedade. Para projectar os valores de Abril no futuro de Portugal».