A presença do Desporto na Atalaia, pela combinação única de elementos que o caracteriza, voltou a constituir-se como um grande acontecimento desportivo, dando um contributo de relevo para esse êxito maior que foi a 38.ª edição da Festa do Avante.

Foram momentos únicos de entretenimento e espectáculo, de competição, convívio e camaradagem, aqueles que todos os intervenientes – atletas, participantes (foram mais de 15 mil) e espectadores – puderam desfrutar em três dias de uma programação criteriosa e diversificada, abrangendo mais de 30 modalidades. Tudo planeado, organizado e assegurado por uma equipa de cerca de 300 colaboradores – este ano reforçada por um maior número de técnicos especializados nas várias modalidades – que, individual e colectivamente, deram o seu melhor para garantir as melhores condições a atletas e visitantes.

E nem esse contratempo que foi a chuva na noite de sábado – e que obrigou ao cancelamento das apresentações previstas –, retirou brilho ao sucesso que foi o conjunto de actividades que preencheu o riquíssimo programa do Desporto na Festa, no qual o desporto adaptado ocupou este ano um lugar especial.

No espaço onde se ergueu uma vez mais aquela que apropriadamente se pode chamar de Cidade do Desporto, em ponto altaneiro privilegiado por uma vista soberba sobre o Tejo e pela proximidade a uma acolhedora mancha de pinhal, todos aqueles que por lá passaram tiveram sobretudo ensejo de se divertir, partilhar emoções, fruir uma descontraída e contagiante atmosfera de juventude e alegria – esta, de resto, comum a toda a Festa.

Partilharam o gozo de uma partida de matraquilhos, vibraram com o boxe ou as artes marciais, tomaram partido nos jogos de futsal, basquetebol, hóquei em patins ou andebol, viveram intensamente ora graciosas ora arrojadas apresentações gímnicas, relaxaram com o Yoga, recolheram-se numa partida de xadrez ou damas, experimentaram os jogos tradicionais.

Essa foi a vivência e o espírito dominante, num ambiente fraterno e solidário, como aliás não podia deixar de ser numa Festa que, ela própria, incorpora esses valores como âncoras da sua identidade e existência.

Festa promovida por um partido – o PCP – que encara o desporto como componente essencial no quadro da formação integral do indivíduo, numa perspectiva humanista, como defendeu Bento de Jesus Caraça.

Trata-se, no fundo, de proporcionar o acesso generalizado de todos à prática desportiva – o desporto para todos, tal qual consagra a Constituição –, tendo como assente a defesa do princípio de que o desporto deve estar ao serviço dos cidadãos e não – como é política deste Governo que hostiliza a Lei Fundamental e tem do desporto uma visão essencialmente mercantil – os cidadãos ao serviço do desporto.