No Centenário de Joaquim Seabra Dinis

No dia 7 de Maio re­a­lizou-se na Casa Mu­ni­cipal da Cul­tura de Coimbra um sim­pósio de­di­cado ao cen­te­nário do nas­ci­mento de Jo­a­quim Se­abra Dinis, psi­qui­atra, co­mu­nista e grande fi­gura da in­te­lec­tu­a­li­dade por­tu­guesa, or­ga­ni­zado pelo Centro de Es­tudos In­ter­dis­ci­pli­nares do Sé­culo XX da Uni­ver­si­dade de Coimbra.

Na ini­ci­a­tiva in­ter­vi­eram vá­rios ora­dores, no­me­a­da­mente An­tónio Pedro Pita, Ma­nuel Cor­reia, José Ma­nuel Jara, José Mor­gado Pe­reira, José Me­nezes, e Lina Se­abra Dinis, filha do ho­me­na­geado, bem como Graça Ba­rahona, filha do Pro­fessor Ba­rahona Fer­nandes, com quem Se­abra Dinis co­la­borou no plano pro­fis­si­onal. As in­ter­ven­ções evi­den­ci­aram a par­ti­ci­pação de Se­abra Dinis na grande trans­for­mação da cons­ci­ência in­te­lec­tual por­tu­guesa dos anos 30 e 40 do sé­culo pas­sado, a forma ra­ci­onal e op­ti­mista como en­ca­rava os pro­blemas da re­a­li­dade, a sua con­tri­buição para o es­tudo e apli­cação do parto sem dor, e o seu diá­logo in­te­lec­tual com Ba­rahona Fer­nandes sobre os pro­blemas da Fi­lo­sofia e Psi­qui­a­tria.

A filha do ho­me­na­geado, Lina Se­abra Dinis, re­latou vá­rios as­pectos da vida do pai, su­bli­nhando a sua ma­neira de estar na vida e a forma co­e­rente como viveu. A Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Coimbra do PCP fez-se re­pre­sentar no sim­pósio por uma de­le­gação que tes­te­mu­nhou a per­tença de Se­abra Dinis ao Par­tido até ao fim da sua vida.

Nas­cido em San­ga­lhos a 31 de Ja­neiro de 1914, Se­abra Dinis cedo re­velou o seu in­te­resse pela cul­tura, co­la­bo­rando em vá­rias ac­ti­vi­dades no Liceu de Aveiro. Du­rante o curso na Fa­cul­dade de Me­di­cina de Coimbra es­ta­be­leceu con­tacto com os cír­culos cul­tu­rais pro­gres­sistas da ci­dade. Tra­ba­lhou no Hos­pital Mi­guel Bom­barda e no Hos­pital Júlio de Matos, onde se dis­tin­guiu em vá­rias áreas da sua es­pe­ci­a­li­dade no­me­a­da­mente a er­go­te­rapia e os mé­todos de re­la­xa­mento e no parto sem dor pelo mé­todo psi­co­pro­fi­lá­tico. Acom­pa­nhou as lutas do povo por­tu­guês du­rante de­zenas de anos, tendo aju­dado o PCP em muitas ta­refas clan­des­tinas.

Autor de uma vasta obra de di­vul­gação cul­tural e na sua área de es­pe­ci­a­li­zação, animou du­rante vá­rios anos a im­por­tante pu­bli­cação «Anais Por­tu­gueses de Psi­qui­a­tria», tendo di­vul­gado em Por­tugal vá­rios au­tores dos países so­ci­a­listas.

Grande ad­mi­rador da União So­vié­tica, foi di­ri­gente da As­so­ci­ação Por­tugal-URSS desde a sua fun­dação e di­rector da sua re­vista «Paz e Ami­zade».

 


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