Crise beneficia ricos
Um por cento dos cidadãos mais ricos da maioria dos países da OCDE, incluindo Portugal, detém uma percentagem cada vez maior do rendimento total.
Segundo um estudo publicado, dia 30, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) as desigualdades aumentaram nas últimas três décadas, incluindo em estados europeus com uma imagem mais equitativa.
É o caso de países como a Finlândia, Noruega e Suécia, onde a riqueza detida por um por cento da população passou de 4,3 por cento em 1981 para sete por cento em 2012, ou seja, um agravamento da desigualdade de 70 por cento.
Em Portugal, o fosso entre ricos e pobres aprofundou-se ainda mais, apesar de o período estudado terminar em 2005. Mesmo assim constata-se que um por cento dos mais favorecidos, que controlava 4,3 por cento da riqueza em 1981, já detinha 9,8 por cento em 2005.
O estudo constata ainda que a crise afectou sobretudo os mais pobres, 90 por cento dos quais viram estagnar os seus rendimentos, ao contrário dos mais ricos que, em média, aumentaram quatro por cento a riqueza em 2010.