Combater o fascismo
O PCP solidariza-se com o Partido Comunista da Ucrânia (PCU) e denuncia «veementemente a campanha anticomunista e a acção desestabilizadora e violenta empreendida pela direita ucraniana e forças pró-fascistas e ultranacionalistas».
Todo o campo democrático deve repudiar o fascismo e a ingerência
Foto LUSA
Em carta enviada ao Comité Central do PCU, a Secção Internacional do Partido realça que a «agenda política» das referidas organizações «deve merecer a mais viva condenação e repúdio por parte de todo o campo democrático», e condena «a brutal ingerência exercida pela UE e os EUA na situação interna da Ucrânia, visando assegurar a sua influência e domínio».
«A coberto de um discurso fariseu de respeito pela democracia e os valores cívicos», promove-se «o exacerbar de tensões e a actividade subversiva de forças extremistas e aventureiristas, no que representa uma grave ameaça aos direitos democráticos dos ucranianos, à segurança interna e à paz na Ucrânia e na região», acrescenta-se.
«Assinalando a deplorável instrumentalização conduzida pela oligarquia ucraniana e o imperialismo visando desvirtuar e canalizar o profundo descontentamento acumulado entre os trabalhadores e amplas camadas sociais – resultante das crescentes injustiças e desigualdades sociais observadas e realidade inseparável do agravamento da rivalidade e exploração capitalista – para o campo pantanoso do nacionalismo, propiciador da divisão e clivagens linguístico-culturais, expressamos os melhores votos dos comunistas portugueses à vossa luta e labor em prol dos genuínos interesses dos trabalhadores e das aspirações do povo ucraniano à paz e bem-estar social, na defesa da soberania e independência da Ucrânia», conclui a missiva enviada pelo PCP ao PCU.
Yanukovich acusa
Entretanto, o presidente ucraniano veio acusar os protestos da oposição de instigarem «extremismo, radicalismo e ódio na sociedade», e considerou que «por trás está uma luta pelo poder». Em comunicado emitido pela presidência, citado pela Lusa, Víktor Yanukovich garantiu que «o vandalismo que vimos na ocupação das instituições do Estado e os apelos que ouvimos são reminiscências da nossa velha história» que «não queremos ver repetidas», apelando, ainda, à união do povo, contra o «nazismo, o racismo e a xenofobia».
Paralelamente, a Rússia apelou à oposição ucraniana para que renuncie às ameaças e ultimatos e trabalhe com as autoridades uma saída no quadro constitucional. Também em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo expressou perplexidade face ao apelo para a realização de mais manifestações junto das sedes das administrações locais do país, considerando que tal contraria as declarações recentes de «fidelidade à democracia e aos valores europeus», e salienta que as convocatórias ocorrem após «contactos em Munique entre dirigentes da oposição e representantes de países ocidentais».
Dia 31, os serviços secretos ucranianos divulgaram que estão a investigar uma tentativa de golpe. Com base em informações obtidas durante buscas à sede do partido da ex-primeira-ministra, Ioulia Timochenko, alegam que os protestos iniciados no final de Novembro foram preparados ao pormenor, incluindo o abuso da força contra os manifestantes por parte das autoridades.