Segundo um estudo da Assistência Médica Internacional (AMI), divulgado no dia 22, seis em cada dez pessoas que vivem em situação de pobreza não se revêem nessa realidade, projectando-se numa classe social superior. O estudo «Vivência da pobreza – O que sentem os pobres?» foi realizado ao longo de 2012/2103 e envolveu os beneficiários dos centros Porta Amiga da AMI em todo o País (31 842), tendo sido validadas 50 entrevistas (26 mulheres e 24 homens).
A classe social média-baixa representa oito por cento do universo do estudo e a classe social média dois por cento. Apesar de 88 por cento dos entrevistados terem um rendimento per capita inferior a 421 euros, valor considerado como limiar da pobreza, apenas 48 por cento se auto-avaliam na situação de pobreza.
«Segundo os indicadores oficiais de pobreza as pessoas foram classificadas, na sua maioria, na classe social pobre (40 por cento) e muito pobre (48 por cento)», mas quando lhe perguntamos em que classe se vêem, a maior parte das pessoas classifica-se na classe social pobre ou média baixa, adiantou a directora do Departamento de Acção Social da AMI e orientadora do estudo, citada pela Lusa.