«Nenhuma Vida» de Urbano Tavares Rodrigues
O último livro de Urbano Tavares Rodrigues, falecido em Agosto, foi apresentado em Lisboa, na sexta-feira, 6, data em que o autor completaria 90 anos.
No prefácio de «Nenhuma Vida», subintitulado de «breve romance», Urbano Tavares Rodrigues afirma que o escreveu «com amor à palavra e à invenção verbal de toda a minha obra».
«Quem escrever bem de verdade pode abordar, sem cair na mediocridade, questões socais e políticas e, inclusive, a gesta épica da luta pelo socialismo e pelo comunismo», afirma o autor que, na altura, sentia já que não viveria muito mais.
«Já não tenho tempo de vida para me arrojar a esse cometimento e basta-me sonhá-lo». «Daqui me vou despedindo, pouco a pouco, lutando com a minha angústia e vencendo-a, dizendo um maravilhado adeus à água fresca do mar e dos rios onde nadei, ao perfume das flores e das crianças, e à beleza das mulheres. Um cravo vermelho e a bandeira do meu Partido hão-de acompanhar-me e tudo será luz.»