Imperialismo isolado
Pelo 22.º ano consecutivo, a Assembleia-geral da ONU pronunciou-se a favor do levantamento do bloqueio norte-americano contra Cuba. Ao lado dos EUA, só esteve Israel.
188 países manifestaram-se a favor de Cuba
O projecto de resolução cubano, apresentado e votado terça-feira, 29, foi apoiado por 188 dos 193 países representados. Ilhas Marshal, Palau e Micronésia abstiveram-se. Ao lado de Washington na defesa do sistema de sanções unilaterais mais abrangente contra uma nação, imposto há mais de 50 anos e aplicado desde então por uma dezena de presidentes norte-americanos, só se mantêm as autoridades israelitas.
Perante a Assembleia-geral, o ministro dos Negócios Estrangeiros da República de Cuba, Bruno Rodríguez, denunciou o carácter extraterritorial do bloqueio económico, comercial e financeiro, o facto de este violar a soberania cubana e de todas as nações do mundo, e calculou em um bilião 157 mil 327 milhões de dólares os prejuízos económicos causados a Cuba. Os danos provocados ao nível global são difíceis de avaliar, mas Havana estima em seis mil e 300 milhões de dólares o rombo anual na economia norte-americana em resultado desta vertente da política imperialista, contrária à Carta das Nações Unidas e ao Direito Internacional.
Rodríguez sublinhou ainda que o bloqueio norte-americano é imposto ao arrepio dos direitos humanos, a respeito dos quais, frisou, os EUA carecem de autoridade moral, lembrando, a propósito, os milhões de mortos em consequência das guerras de ocupação e saque, os assassinatos com drones, as prisões secretas e as menos secretas onde proliferam as detenções arbitrárias e a tortura.
Na ocasião, Cuba também reiterou a disposição para avançar na normalização das relações com os EUA a partir de um diálogo construtivo baseado nos princípios da igualdade, soberania, independência e respeito mútuos.