Caridade cristã, filantropia e conquista do poder
O Terceiro Sector (ONGS, IPSS, etc.) é aquele que congrega as organizações de prestação de serviços públicos que comercializam produtos – embora não sejam estatais, nem visem lucros financeiros – e empreendimentos reais. Este sector compreende, portanto, as associações sem fins lucrativos e as Fundações» (Tomaz Aquino Resende, Promotor da Justiça e da Tutela das Fundações, em Minas Gerais, Brasil).
«O Banco Alimentar é a galinha dos ovos de oiro da classe exploradora, ao criar um método em que é a própria classe explorada a financiar, através dos parcos recursos, as campanhas de recolha de alimentos que garantem a sobrevivência de milhares de seres humanos em todo o país… Se a classe dominante reduzir os recursos de que necessita para garantir a sobrevivência da classe explorada, necessariamente que aumenta a sua própria capacidade de concentração da riqueza... O Banco Alimentar não tem por fim reduzir a pobreza, é um instrumento para a generalizar porque, neste momento, isto interessa ao capital!» (Livros de Abril, 2012).
«Kissinger queria reorganizar o mercado mundial de alimentos, destruir a agricultura familiar e substituí-la por grandes fazendas e fábricas dirigidas por transnacionais do Agronegócio. Algo assim vem acontecendo desde os inícios da década de 1990... Precisam de ser tomadas medidas urgentes no sentido de impedir que os alimentos se transformem numa arma de guerra, a fome!...» (Eduardo Dimas, “Cise de Alimentos e América Latina”, Maio de 2008).
Esta é a posição assumida pela esmagadora maioria da hierarquia católica (para não dizermos das religiões). Mas, o que é mais que evidente e «salta aos olhos», é que os problemas das desigualdades sociais, nomeadamente dos abismos entre a pobreza e a riqueza, são políticos e têm de ser resolvidos urgentemente. Caso contrário – e para falarmos com o ênfase profético dos illuminati – ao termo da «guerra fria» seguir-se-ão, em ritmo acelerado, a recessão económica e a pobreza, a falsa prosperidade e a concentração alucinante das fortunas, o assalto do poder financeiro aos centros de decisão do Estado, a ruína da pequena e média economia produtiva, a integração global e a desintegração local, a instalação de uma Nova Ordem Mundial onde só os monopólios deterão o poder das armas e, finalmente, uma apocalíptica guerra mundial entre os grandes monopólios que dividirão entre si o domínio imperialista do mundo.
Toda esta minuciosa programação de uma Nova Ordem Mundial (designação importada do nazismo) é do inteiro conhecimento dos papas e tem-se vindo a aperfeiçoar e a adaptar-se às novas tecnologias nos centros políticos onde, clandestinamente, a Santa Sé, a Wall Street e o mundo das sociedades secretas se sentam lado a lado. Existe, em construção, um pavoroso inferno destinado a eliminar os miseráveis e os fracos, aqueles que são um peso inútil para o crescimento do lucro financeiro. Mas o caminho dos banqueiros continua eriçado de espinhos e contradições.
A globalização da moeda com a destruição da economia, revela-se um quebra-cabeças insolúvel. À estratégica promoção de uma crise financeira programada, sobrepôs-se uma crise financeira mundial que os capitalistas são incapazes de resolver. Também a Igreja se afunda. Capitalista, a Santa Sé e a banca mundial compartilham as agonias do barco que naufraga.
O tempo é de luta e de viragem radical. Não são apenas governos lacaios que os cidadãos devem derrubar. É o desautorizado sistema capitalista. Tal como, para os católicos esclarecidos, não se trata de mudar de rumo mantendo a actual Santa Sé nos moldes em que está.
Se o presente é um inferno, o paraíso musculado está ao alcance do nosso povo de crentes e ateus.
«Poletários de todo o mundo, uni-vos!»