Causa actual e premente
A assinalar o Dia Internacional da Paz, instituído pela ONU – 21 de Setembro –, o Conselho Português para a Paz e Cooperação publicou uma saudação a todos os activistas e ao movimento da paz, em Portugal e no Mundo.
Os povos continuam a levantar-se e a lutar
O CPPC reafirma que «a luta pela paz é, nos nossos dias, uma causa com toda a actualidade e premência», destacando que, «por todo o Mundo, os povos continuam a levantar-se e a lutar persistentemente em defesa da liberdade, da soberania e da independência nacional, enfrentando a agressão, a ingerência mais descarada, as ameaças, as chantagens, os ultimatos políticos, económicos ou militares, assumindo, quantas vezes, pesados sacrifícios e tomando nas suas mãos o direito de conquistar uma vida e um futuro melhores».
A actual situação internacional suscita preocupação, pois «os EUA, a UE e o Japão continuam numa grave e prolongada crise, encontrando no incremento da exploração, na opressão e na guerra, a resposta para o beco em que se encontram».
Os princípios, consagrados na Carta das Nações Unidas, que deveriam nortear as relações internacionais – o respeito da soberania e da integridade territorial dos estados, a não ingerência nos assuntos internos de cada estado, a resolução pacífica dos conflitos, o desanuviamento –, «encontram-se ameaçados por parte dos EUA, da NATO e seus aliados, que os pretendem substituir pela lei do mais forte e pela guerra». Ao mesmo tempo, «o imperialismo recrudesce a sua agressividade, fazendo-a acompanhar de uma sistemática e orquestrada campanha de desinformação e manipulação».
Cinismo e hipocrisia
O Conselho Mundial da Paz, também a assinalar o 21 de Setembro, expressou «solidariedade com os povos em luta contra todo o tipo de ameaças e intervenções imperialistas, os povos sob ocupação e todos os povos que lutam pelo direito de livre e democraticamente determinarem o seu futuro», e, em particular, com «o povo da Síria, alvo dos planos de guerra dos EUA, seus aliados da NATO e da UE e das monarquias do Golfo, sob falsos pretextos que a humanidade já escutou anteriormente».
Na saudação do CMP, divulgada em Portugal pelo CPPC, apela-se «aos povos, para que permaneçam vigilantes,uma vez que é claro que os imperialistas não desistiram dos seus planos de atacar abertamente a Síria, nem posteriormente o Irão».
«São cínicas e hipócritas as declarações em torno do Dia Internacional da Paz, feitas pelas forças e estados que manipulam e instrumentalizam a ONU, para servir os seus interesses, ou simplesmente a ignoram, quando não serve os seus planos imperiais», acusa o CMP, observando que se tornou «frequente a utilização de dois pesos e duas medidas, quanto aos princípios da Carta da ONU».
Recorda que, «desde a agressão da NATO contra o povo da Jugoslávia, em 1999, da invasão e ocupação do Afeganistão e do Iraque, em 2001 e 2003, até ao assassino ataque e bombardeamento da Líbia, em 2011, os imperialistas têm imposto a sua vontade, os seus regimes e interesses aos povos». Por outro lado, «as mesmas forças sistematicamente recusam tomar qualquer posição quanto à ocupação da Palestina, do Chipre, do Saara Ocidental, quanto ao criminoso bloqueio a Cuba, quanto à injusta prisão, nos EUA, dos cinco antiterroristas cubanos, quanto ao estatuto colonial de Porto Rico ou à soberania da Argentina sobre as Ilhas Malvinas».