- Nº 2077 (2013/09/19)

A Atalaia é um marco da determinação do PCP

PCP

Acabamos de realizar a 37.ª edição da Festa do Avante! que, no quadro da situação que vivemos e das grandes questões da actualidade, celebrou o Centenário de Álvaro Cunhal.

Milhares de participantes na Festa visitaram a Exposição Álvaro Cunhal – Vida pensamento e luta – exemplo que se projecta na actualidade e no futuro, bem como a exposição de obras de desenho e pintura da sua autoria, assistiram ao concerto sinfónico no Palco 25 Abril e também à peça de teatro baseada na sua defesa perante o Tribunal plenário fascista e tomaram contacto com a fotobiografia de Álvaro Cunhal lançada pelas Edições Avante, entre outras expressões por toda a Festa.

Álvaro Cunhal foi uma presença constante e marcante na Festa do Avante!. Ficaram na memória de todos as suas intervenções nos Comícios da Festa e é justo referir o que logo na 1.ª Festa em 1976 Álvaro Cunhal disse sobre a Festa – «Mas, por muito que alguns queiram fechar os olhos, numa coisa estarão todos certamente de acordo. Em que esta Festa do nosso glorioso Avante!, do nosso glorioso Partido, é a maior, a mais extraordinária, a mais entusiástica, a mais fraternal e humana, jamais realizada no nosso País». Afirmação que ainda hoje 37 anos depois mantém actualidade.

A Festa do Avante! é a Festa do Portugal de Abril como Álvaro Cunhal a definiu no comício de 1977 no Alto da Ajuda: «A Festa do Avante!, festa dos comunistas portugueses, festa do PCP, pelo que é, pelo que expressa, pelo que afirma, pelo que comunica, pelo que propõe, é também a festa dos trabalhadores, a festa do povo, a festa do Portugal de Abril e das suas grandes conquistas e realizações democráticas».

A Festa do Avante! acompanha e insere a sua realização no quadro da situação política nacional e internacional. As suas 37 edições foram realizadas num quadro de políticas de direita, de recuperação capitalista no nosso País, de ataque às conquistas de Abril, por isso é natural que também a Festa do Avante! tenha sido alvo das dificuldades criadas pelos inimigos de Abril.

Em 1977, Álvaro Cunhal lembrava: «Todos nos lembramos de que perante o êxito extraordinário da Festa do Avante! no ano passado, nos recusaram a FIL para festa deste ano. Como não existe em Lisboa outro recinto igual, julgaram condenar-nos a uma festa de proporções mais reduzida. Depois, quando nos decidimos por este vastíssimo campo, então completamente abandonado e cheio de matagais, houve quem dissesse: “não é possível”. E afinal, camaradas, foi possível. Não de proporções mais reduzidas, mas maiores. Foi possível assim, porque em tudo o que depende do trabalho, da dedicação, do espírito de organização, da iniciativa, da imaginação criadora, do esforço colectivo não há impossíveis para os trabalhadores e para o seu Partido».

Foi a determinação do colectivo partidário de que Álvaro Cunhal foi o mais destacado construtor que permitiu, sempre alicerçado no estudo da realidade, dos novos problemas que se manifestavam, que se fossem encontrando novas soluções em que se destaca a compra da Quinta da Atalaia a que Álvaro Cunhal assim se referia no comício de 1990: «Este ano, para todos nós a Festa do Avante! tem um sabor novo e contém em si motivo de nova alegria. É que a Atalaia é nossa (...). É que este maravilhoso local será terra firme e certa para a Festa do Avante!».

Mas a compra da Quinta da Atalaia significou muito mais que isso, como afirmou Álvaro Cunhal em Abril de 1990 num convívio realizado na Quinta da Atalaia: «A Atalaia é já hoje e confirmará ser uma nova afirmação e um novo marco da força e determinação do PCP e da sua confiança no futuro». 

Uma determinação e confiança na Juventude, nos trabalhadores e no povo português que o acompanhou toda a vida.


Alexandre Araújo