- Nº 2076 (2013/09/12)
Dança adaptada

As asas são para voar

Festa do Avante!

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Presença muito acarinhada nas actividades desportivas dos últimos anos tem sido a de jogos de BOCCIA, sob responsabilidade da Associação de Paralisia Cerebral de Almada e Seixal. Este ano, além dessa participação já obrigatória junto ao lago, brindaram o público do polidesportivo com o mais recente projecto nascido no seio da instituição. Trata-se de um modelo de dança adaptada, designado por Wheel Dance, que reflecte bem a dinâmica, o espírito de iniciativa e o notável trabalho da instituição.

Jovens em cadeiras de rodas executando com pais e outros familiares exigentes e arrojadas coreografias num harmonioso ondular de corpos e objectos.

Foi sem dúvida um ponto alto da gala de danças de salão que prendeu e deixou rendido o público que na noite de sábado enchia por completo as bancadas do polidesportivo.

A mostrar que todos os jovens podem dar «asas à expressão corporal», independentemente das capacidades de cada um. Princípio que aliás está subjacente a este projecto através do qual crianças e jovens portadores de paralisia cerebral partilham mais uma actividade com seus pais e amigos, comprovando que não obstante a mobilidade condicionada também vivem a música com intensidade.

A diferença em relação a outros grupos de dança de pessoas portadoras de deficiência reside na inclusão de pessoas que não as têm. Deste modo se junta famílias, propiciando a todas e cada uma, por via da dança e do seu treino uma vez por semana, momentos de prazer e alegria. No fundo, «usufruir os filhos num outro contexto», como salientou ao Avante! José Patrício, presidente da Associação de Paralisia Cerebral de Almada e Seixal, que não escondeu a sua satisfação pelo evoluir do projecto desde a sua criação em 2012.

Satisfação que tornou extensiva à inauguração da nova sede, já esta sexta-feira, em instalações cedidas pela Câmara do Seixal, depois de há um mês a Câmara de Almada ter igualmente cedido um espaço que complementa a resposta às necessidades da Associação. O que, do seu ponto de vista, abre possibilidades à concretização de novos projectos, como é o da prescrição de ajudas técnicas e, eventualmente, admite José Patrício, o «acompanhamento terapêutico de crianças».


 

JC