Festa do Avante! começa amanhã, na Quinta da Atalaia

Trabalho solidário e militante

Com um es­pí­rito so­li­dário, ho­mens e mu­lheres de todas as idades, vindos de todos os cantos do País, de di­versos sec­tores de ac­ti­vi­dade, tra­ba­lharam lado a lado e deram o seu con­tri­buto para a re­a­li­zação de mais uma edição da Festa do Avante!. Nas inu­me­rá­veis jor­nadas de tra­balho re­a­li­zadas ao longo de meses, amigos e mi­li­tantes do Par­tido de­mons­traram, com o seu em­penho e de­di­cação, que mesmo du­rante a sua edi­fi­cação não há uma Festa como esta.

A Festa é cons­truída pelo tra­balho vo­lun­tário de co­mu­nistas e amigos

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Foi com a pre­sença de cen­tenas de amigos e mi­li­tantes do Par­tido que o Se­cre­tário-Geral do PCP foi à Quinta da Ata­laia, no úl­timo sá­bado, saudar os mi­lhares de cons­tru­tores da Festa do Avante! que de­di­caram dias, fins-de-se­mana, se­manas in­teiras e até as suas fé­rias à cons­trução do maior evento po­lí­tico-cul­tural do nosso País.

Na sua in­ter­venção, junto à es­pla­nada do bar de apoio aos cons­tru­tores, Je­ró­nimo de Sousa sa­li­entou a jus­teza desta sau­dação a todos aqueles que pro­jec­taram, or­ga­ni­zaram e re­a­li­zaram com mi­lhares de horas de tra­balho so­li­dário e mi­li­tante mais uma edição da Festa do Avante!, mesmo em con­di­ções tão es­pe­ciais e di­fí­ceis como as que nos en­con­tramos hoje em dia. De se­guida, des­tacou a enorme en­trega do co­lec­tivo co­mu­nista, que se con­segue des­do­brar em di­versas ta­refas, uma vez que, ao mesmo tempo que ergue a Festa do Avante!, «mantém a acção e a in­ter­venção po­lí­tica na de­fesa dos di­reitos dos tra­ba­lha­dores, (...) co­me­mora o cen­te­nário do nas­ci­mento de Álvaro Cu­nhal, com di­versas ini­ci­a­tivas re­a­li­zadas e ou­tras ainda por re­a­lizar» e «pre­para e cons­titui as listas para as au­tar­quias e inicia a pré-cam­panha».

A va­lo­ri­zação da cons­trução desta edição da Festa do Avante! as­sume es­pe­cial im­por­tância não só por não ser fácil re­a­lizar um evento desta en­ver­ga­dura com tra­balho so­li­dário, mas também por, nas pa­la­vras de Je­ró­nimo de Sousa, dar con­fi­ança, li­bertar ener­gias e criar di­nâ­micas para ir para o ter­reno, para o con­tacto com a po­pu­lação e para a va­lo­ri­zação do lema e do pro­jecto da CDU.

Foi com uma enorme sa­tis­fação que todos os pre­sentes ou­viram que, apesar de tanto tra­balho e de tantas ta­refas, foi pos­sível cons­ti­tuir mais listas do que há quatro anos, con­se­guindo chegar a mais ter­ri­tório e abranger uma fatia maior da po­pu­lação, de­mons­trando ser, de facto, um sinal de con­fi­ança no re­forço e no pro­jecto da Co­li­gação.

Re­sistir para vencer

Para Je­ró­nimo de Sousa, a Festa que se inicia amanhã tem também de cor­res­ponder a um «grande ar­ranque para o de­sen­vol­vi­mento da luta, tendo em conta as ame­aças que de­correm desta po­lí­tica e tendo em conta que o Go­verno le­vanta, de novo, o cu­telo sobre os di­reitos dos tra­ba­lha­dores». O di­ri­gente co­mu­nista alertou ainda para o facto de os por­tu­gueses não es­tarem in­for­mados sobre as me­didas pre­pa­radas pelo Go­verno e pela troika es­tran­geira para o pe­ríodo pos­te­rior às elei­ções e sa­li­entou também que, nesse sen­tido, esta Festa do Avante! tem de cons­ti­tuir um mo­mento de con­fi­ança, de afir­mação e de es­pe­rança de que com a luta do nosso povo é pos­sível não só travar a ofen­siva, mas também der­rotar o Go­verno e de­miti-lo.

A de­cisão do Tri­bunal Cons­ti­tu­ci­onal re­la­ti­va­mente à ameaça de des­pe­di­mentos sem justa causa na Ad­mi­nis­tração Pú­blica foi também va­lo­ri­zada por Je­ró­nimo de Sousa, aler­tando, no en­tanto, que a de­fesa da Cons­ti­tuição da Re­pú­blica Por­tu­guesa não pode estar de­pen­dente deste órgão. Em vez disso, devem ser «os tra­ba­lha­dores e o povo a de­fender os seus pró­prios di­reitos, porque en­quanto de­fen­derem o di­reito ao tra­balho, aos justos sa­lá­rios, o di­reito à saúde e à edu­cação, é aí que a Cons­ti­tuição ganha força, é aí que ela con­ti­nuará a pre­va­lecer no fu­turo».

Numa al­tura em que muitos falam na ne­ces­si­dade de re­a­lizar uma re­visão à Cons­ti­tuição, e num pe­ríodo em que o Go­verno tenta des­truí-la, Je­ró­nimo de Sousa re­lem­brou que «é o Go­verno que está obri­gado pe­rante a Cons­ti­tuição e não a Cons­ti­tuição que está sub­ju­gada às leis e às de­ci­sões de um Go­verno fora-da-lei». O Se­cre­tário-geral do PCP acusou ainda o Exe­cu­tivo de não ter apenas um «ódio de es­ti­mação» à Cons­ti­tuição, mas a tudo o que ela con­sagra: à pro­tecção na do­ença, na ve­lhice e na in­fância; à edu­cação para todos; ao di­reito à saúde; e ao facto de não po­derem des­truir os postos de tra­balho sem justa causa. Em suma, «ódio aos va­lores de Abril, aos va­lores de quem tra­balha, à jus­tiça so­cial, ao pro­gresso e à pró­pria de­mo­cracia que a Cons­ti­tuição con­sagra», fi­na­lizou.

Con­fi­ança, es­pe­rança e tra­balho

De­pois de va­lo­rizar o tra­balho so­li­dário e mi­li­tante, que ergue a pulso esta Festa do Avante!, Je­ró­nimo de Sousa de­mons­trou pre­o­cu­pação re­la­ti­va­mente aos pe­rigos e ame­aças que os tra­ba­lha­dores irão correr nos pró­ximos tempos, afir­mando, no en­tanto, que «somos muitos para, através do tra­balho, da luta, das as­pi­ra­ções, da es­pe­rança e da con­fi­ança, acre­ditar que é pos­sível der­rotar este Go­verno, esta po­lí­tica, e rasgar os ca­mi­nhos dos va­lores de Abril, do pro­gresso, do de­sen­vol­vi­mento, do Por­tugal com fu­turo».

No quadro de ame­aças em que nos in­se­rimos, Je­ró­nimo de Sousa sa­li­entou a ne­ces­si­dade de re­forço da ba­talha elei­toral de dia 29, «não para ter mais um eleito, um man­dato ou este ou aquele voto», mas sim porque o re­forço da CDU «sig­ni­fica que es­tamos em me­lhores con­di­ções para, a partir de Ou­tubro, travar a luta ine­vi­tável que aí vem».

Após a in­ter­venção do Se­cre­tário-geral do PCP, os mais jo­vens sal­taram e dan­çaram ao som da Car­va­lhesa, mú­sica tra­di­ci­onal de Trás-os-Montes e ver­da­deiro «hino» da Festa do Avante!, de­sa­fi­ando os menos jo­vens a acom­panhá-los. Pas­sado esse mo­mento de des­con­tracção e di­versão, os cons­tru­tores vol­taram para o ter­reno, a ter­minar o tra­balho que resta fazer para que amanhã se dê início a mais uma gran­diosa Festa do Avante!. 




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Aprender sempre!

O pro­grama da Festa do Avante! é vasto e di­ver­si­fi­cado, indo da mú­sica ao te­atro, do ci­nema à li­te­ra­tura, do des­porto à gas­tro­nomia, das ex­po­si­ções aos de­bates, tendo sempre como pano de fundo a luta do Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês pelo so­ci­a­lismo. Este ano, são 30 os de­bates a re­a­lizar nos vá­rios es­paços da Festa, ex­cluindo as apre­sen­ta­ções de li­vros (ver pá­ginas 18 e 19) e os mo­mentos de so­li­da­ri­e­dade in­ter­na­ci­o­na­lista, que não são de­bates no sen­tido «clás­sico» do termo e que já des­ta­cámos na se­mana pas­sada. 

Construtores do futuro

A Festa do Avante! está pronta e amanhã abrirá as portas para a sua 37.ª edição. Dito assim, pa­rece fácil. Como se a Festa, para abrir (e para fun­ci­onar, du­rante três dias), não ti­vesse con­tado com mi­lhares de horas de tra­balho vo­lun­tário; com o querer e a von­tade de mi­lhares de pes­soas, co­mu­nistas e não co­mu­nistas; com a acção con­cer­tada de inú­meros sa­beres e ca­pa­ci­dades, postos à dis­po­sição de um bem comum.