O Fórum de São Paulo reúne, desde 1990, dezenas de partidos e forças políticas comunistas, revolucionários e progressistas da América Latina, sendo um espaço de cooperação que o PCP acompanha, praticamente, desde o seu início.

Os participantes no XIX Encontro do FSP reafirmaram a sua vontade de enfrentar os complexos e difíceis desafios colocados pela grave situação internacional, com a consciência de que a sua unidade é fundamental para consolidar e fazer avançar os processos democráticos e progressistas em curso e vencer a actual reinvestida do imperialismo e das forças reacionárias na América Latina.

Como é salientado no lema deste Encontro, a unidade e a integração latino-americana e caribenha – nas suas diversas expressões, tais como a ALBA, o MERCOSUR, a UNASUR ou a CELAC –, deverá consolidar-se, complementar-se e convergir, criando as condições para a promoção dos projectos nacionais de desenvolvimento de cada país, numa situação internacional marcada pela crise do capitalismo.

Neste sentido, o Encontro aponta como objectivo a defesa da soberania e independência nacional, o desenvolvimento económico, a distribuição da riqueza e o combate à pobreza e às desigualdades, o aprofundamento da democracia e da participação populares.

No Encontro do FSP foram denunciadas as tentativas do imperialismo de fracturar e sabotar uma integração da América Latina e do Caribe que não esteja subordinada aos seus interesses e domínio, nomeadamente através da utilização da denominada Aliança do Pacífico, integrada por países – Chile, Perú, Colômbia e México – com os quais os EUA assinaram «tratados de livre comércio».

No Encontro foi ainda manifestada a convicção de que, continuando com o avanço dos processos de mudança e acelerando a integração regional, se poderão percorrer caminhos para o socialismo na América Latina e no Caribe.

O XIX Encontro do FSP prestou uma homenagem ao Comandante Hugo Chávez pela sua contribuição para o processo de transformações na América Latina e no Caribe que ocorreu após a sua eleição como Presidente da Venezuela, em 1998, tendo sido destacado o seu compromisso com a democracia e a participação popular, com a soberania e a independência nacional, com a cooperação e integração solidárias em prol dos povos da América Latina, com o internacionalismo e o anti-imperialismo, com o socialismo.

O FSP aprovou um amplo plano com linhas de cooperação e acção solidária e anti-imperialista.

O PCP, que esteve representado por Pedro Guerreiro, membro do Secretariado do CC e responsável da Secção Internacional, acompanhou os trabalhos do Encontro do FSP, no decurso dos quais teve a oportunidade de realizar contactos bilaterais com diversas forças políticas aí representadas, bem como intervir no debate sobre a situação na Europa, expondo a análise e as posições do PCP sobre a situação em Portugal e na União Europeia.

Cimeira Anti-imperialista
e Anticolonialista dos povos

O PCP enviou ainda uma saudação à Cimeira Anti-imperialista e Anticolonialista dos Povos, realizada entre 31 de Julho e 2 de Agosto, em Cochabamba, na Bolívia, associando-se aos objectivos enunciados por esta iniciativa e reiterando a sua solidariedade com o processo de transformações liderado pelo Presidente Morales e para com a luta anti-imperialista e emancipadora do povo boliviano.

Recorde-se que por iniciativa do PCP e do Partido Comunista da Bolívia, cerca de 50 partidos comunistas e forças progressistas e anti-imperialistas subscreveram uma «Tomada de Posição de Solidariedade com o Presidente Evo Morales e o Povo Boliviano», na sequência das decisões dos Governos de Portugal, Espanha, França e Itália de impedir o sobrevoo e aterragem do avião oficial que transportava o Presidente do Estado Plurinacional da Bolívia.