Em greve pelos salários
Além de ganharem pouco, sofreram graves cortes
Este é mais um caso, que ganhou maior visibilidade com a greve realizada na segunda-feira e que teve a adesão de mais de 50 por cento dos quase 500 trabalhadores. Contratados pela Reditus, como empresa prestadora de serviços, decidiram em plenário, no final de Abril, recorrer à greve, para exigirem melhores salários e que a empresa recue na redução do pagamento das horas extraordinárias, bem como na retirada dos descansos compensatórios – roubos impostos à boleia das alterações do Código do Trabalho, no Verão passado.
Durante a greve, os trabalhadores aprovaram uma resolução onde voltaram a colocar as suas reivindicações, destacando-se o aumento salarial de um euro por dia, o equivalente a 30 euros por mês, a par do apoio à reivindicação da CGTP-IN de aumento do salário mínimo nacional neste montante. «Apesar de trabalharem para uma empresa extremamente lucrativa, a EDP, estes trabalhadores ganham apenas o salário mínimo nacional» e «a administração da Reditus quer impor, por acto de gestão, apenas 10 euros por mês de aumento salarial, quando já não têm aumento no salário há mais de três anos e sofrem também as medidas de austeridade impostas pela troika e pelo Governo», refere-se no documento, divulgado pelo SITE Centro-Norte e citado pela agência Lusa.
Os trabalhadores protestam ainda contra o facto de que «vão ter que trabalhar mais de sete dias gratuitamente, por força do corte da majoração dos três dias de férias e dos quatro feriados».
Uma delegação do organismo de empresas e locais de trabalho, da Organização Concelhia de Seia do PCP, esteve com os trabalhadores, no dia da greve, a prestar-lhes solidariedade. Hoje, o Partido iria ali distribuir um comunicado a saudar a coragem e a determinação demonstradas no dia 27 e a apelar à união e ao prosseguimento da luta, assinalando o primeiro dos feriados roubados aos trabalhadores.
Portalex
Pela defesa do seu caderno reivindicativo e contra a retirada de direitos, teve lugar, durante toda a semana passada, uma série de greves de duas horas por turno, na Portalex, no Cacém. Uma delegação da Organização Concelhia de Sintra do PCP, de que fez parte Pedro Ventura, vereador e primeiro candidato na lista da CDU às eleições para a Câmara Municipal, esteve com os trabalhadores ao fim da manhã de dia 24, saudando esta corajosa luta por aumentos salariais e para que seja cumprido o direito à negociação colectiva. Foi deixado também um apelo a que não desistam desta batalha e dêem o seu contributo para uma alteração política que seja favorável a quem trabalha.
Limpeza
No dia 27, segunda-feira, decorreu uma greve de 24 horas dos trabalhadores da empresa de limpeza industrial Ambiente & Jardim, com a realização de concentrações de protesto no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, na estação do Rossio da CP e junto à sede da firma, em Sacavém. O STAD/CGTP-IN explicou que a luta foi desencadeada contra o não pagamento de horas nocturnas, trabalho extraordinário e subsídio de transportes, contra a alteração ilegal de horários e contra a violação de outros direitos. A empresa tem trabalhadores a prestarem serviço no Centro Hospitalar de Setúbal e nas estações da CP de Contumil (Porto), Algueirão-Mem Martins e Campolide.