Isolamento e desagregação
O PCP reagiu, no dia 4, ao pedido de demissão do ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas. Numa nota do seu Gabinete de Imprensa, o Partido considera esta demissão uma «inequívoca expressão do isolamento social e da desagregação de um governo politicamente condenado e derrotado». Para o PCP, a saída do executivo daquele que é «um dos rostos mais visíveis e determinantes na política de desastre nacional do Governo PSD/CDS de Passos Coelho e Paulo Portas tem como razão primeira a natureza e conteúdo da sua acção governativa, quer a que está associada ao processo de destruição do poder local democrático, quer a dos projectos de liquidação do serviço público de rádio e televisão». Para além das razões invocadas, associadas às «trapalhadas de natureza pessoal», esta demissão é um «profundo golpe num governo desacreditado e sem condições políticas para se manter em funções».
O PCP, não desvalorizando a dimensão e significado político deste acontecimento, alerta para as «manobras que a seu propósito visam separar a pessoa e o ministro, do Governo e da sua política» e denuncia a operação em curso para iludir as questões cruciais da situação do País. Para o Partido, a «questão decisiva que está colocada é a da demissão urgente do actual Governo, a convocação de eleições antecipadas e a rejeição do pacto de agressão».
O PCP apela ainda aos trabalhadores e ao povo para «intensificarem a luta em defesa dos seus direitos e pela demissão do Governo, contribuindo para a sua derrota definitiva e para a criação de condições que assegurem a derrota da política de direita e abram caminho à construção de uma política e de um governo patrióticos e de esquerda».