UM PARTIDO A CRESCER

«O Par­tido é forte, in­ter­ven­tivo, in­flu­ente. Mas pre­cisa de ser mais forte, mais in­ter­ven­tivo, mais in­flu­ente»

As co­me­mo­ra­ções do 92.º ani­ver­sário do PCP con­firmam de forma inequí­voca a força, a ca­pa­ci­dade de in­ter­venção e a in­fluência do Par­tido no mo­mento ac­tual, o seu papel ne­ces­sário, in­dis­pen­sável e in­subs­ti­tuível na de­fesa dos in­te­resses dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País, na luta contra a po­lí­tica das troikas e por uma al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda – sempre tendo no ho­ri­zonte o ob­jec­tivo su­premo de cons­trução de uma so­ci­e­dade li­berta de todas as formas de opressão e de ex­plo­ração, a so­ci­e­dade so­ci­a­lista e co­mu­nista.

Nas cen­tenas de ini­ci­a­tivas le­vadas a cabo em todo o País e nas emi­gra­ções – ini­ci­a­tivas em que se re­lembra a his­tória he­róica do Par­tido fa­zendo dela a força mo­triz da luta dos dias de hoje; e nas quais está pre­sente, sempre, o exemplo da vida e da obra do ca­ma­rada Álvaro Cu­nhal, re­fe­rência sin­gular da his­tória do PCP – o co­lec­tivo par­ti­dário co­mu­nista as­sume-se como her­deiro e con­ti­nu­ador da acção de su­ces­sivas ge­ra­ções de co­mu­nistas ao longo do com­plexo, di­fícil mas exal­tante pro­cesso de cons­trução e in­ter­venção do par­tido da classe ope­rária e de todos os tra­ba­lha­dores.

Nesse pro­cesso, não têm conta as vezes que o grande ca­pital, através dos seus pro­pa­gan­distas en­car­tados, de­cretou o fim do PCP, che­gando mesmo, al­gumas vezes, a anun­ciar a «morte do PCP» como facto con­su­mado… Per­cebe-se que esse seja o grande sonho dos que têm como ob­jec­tivo pri­mor­dial au­mentar mais e mais a ex­plo­ração de quem tra­balha: na ver­dade, o PCP é o único par­tido que se bate, com de­ter­mi­nação e co­e­rência, contra o grande ca­pital ex­plo­rador e opressor e é o único que in­clui no seu pro­grama, como ob­jec­tivo maior, o fim da ex­plo­ração do homem pelo homem, o fim do ca­pi­ta­lismo.

Daí que «a morte do PCP» seja – para eles! – uma questão de vida ou de morte…

Ora, por muito que lhes custe – e custa, ó se custa! – o PCP não apenas está vivo – e bem vivo! – como con­tinua a crescer: cresce o nú­mero dos seus mi­li­tantes; cresce a sua ca­pa­ci­dade de in­ter­venção; cresce a sua in­fluência junto das massas tra­ba­lha­doras e do povo; cresce o seu pres­tígio con­quis­tado ao longo de 92 anos de vida e de luta exem­plares.

Vivo e forte, mas a pre­cisar de ser ainda mais forte, como acen­tuou, in­ci­si­va­mente, o Se­cre­tário-geral do Par­tido, ca­ma­rada Je­ró­nimo de Sousa, nas vá­rias ini­ci­a­tivas co­me­mo­ra­tivas do ani­ver­sário em que par­ti­cipou. Na sexta-feira, na Casa do Alen­tejo, no En­contro com Jo­vens: «este é um tempo de tomar par­tido e de as­sumir com con­fi­ança que a vi­tória sobre as in­jus­tiças e as de­si­gual­dades está ao nosso al­cance, ao al­cance dos que lutam»; no sá­bado, no Co­mício da Maia: «do re­forço do Par­tido de­pen­derá, não só a ga­rantia da de­fesa dos in­te­resses dos tra­ba­lha­dores e dos in­te­resses po­pu­lares, mas também o êxito da ta­refa de cons­trução em Por­tugal de uma al­ter­na­tiva po­lí­tica e de uma po­lí­tica ao ser­viço dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País», porque esse re­forço é vital para o pros­se­gui­mento da luta em todas as frentes: na frente do tra­balho uni­tário e no de­sen­vol­vi­mento da luta e das or­ga­ni­za­ções e mo­vi­mentos de massas, na in­ten­si­fi­cação da in­ter­venção po­lí­tica do Par­tido vi­sando a ur­gente der­rota do Go­verno e da po­lí­tica de di­reita, na pre­pa­ração e re­a­li­zação das pró­ximas elei­ções au­tár­quicas, com a va­lo­ri­zação da CDU, na con­cre­ti­zação das con­clu­sões do XIX Con­gresso, de­sig­na­da­mente no que res­peita ao re­forço da or­ga­ni­zação par­ti­dária; na in­ter­venção pro­fe­rida no do­mingo, no Seixal: «muitos têm sido aqueles que têm vindo, to­mando par­tido neste com­bate sem tré­guas que tra­vamos contra a ex­plo­ração, as in­jus­tiças, e pela cons­trução de uma so­ci­e­dade nova. Mas muitos mais são pre­cisos neste mo­mento em que o nosso povo é fla­ge­lado por uma ofen­siva brutal.»

O re­forço do Par­tido, con­dição in­dis­pen­sável para o eficaz cum­pri­mento da sua missão his­tó­rica, apre­senta-se, então, para o nosso grande co­lec­tivo par­ti­dário, como ta­refa de todos os dias – a ta­refa das ta­refas.

O Par­tido é forte, in­ter­ven­tivo, in­flu­ente. Mas pre­cisa de ser mais forte, mais in­ter­ven­tivo, mais in­flu­ente. Assim o exige a ne­ces­si­dade de res­posta à dra­má­tica si­tu­ação eco­nó­mica e so­cial em que a po­lí­tica de di­reita mer­gu­lhou o País. Essa res­posta tem na luta or­ga­ni­zada das massas tra­ba­lha­doras e po­pu­lares o seu prin­cipal vector, pelo que, para a sua maior efi­cácia, é cru­cial a in­ten­si­fi­cação e o alar­ga­mento da luta de massas – e também para al­cançar esse ob­jec­tivo, o re­forço do PCP é de im­por­tância fun­da­mental. E assim está a acon­tecer.

Às im­por­tantes e sig­ni­fi­ca­tivas ac­ções le­vadas a cabo nos úl­timos dias por tra­ba­lha­dores de pra­ti­ca­mente todas as áreas de ac­ti­vi­dade – se­mana de luta e ma­ni­fes­tação do sector dos Trans­portes; ac­ções da EMEF no Pi­nhal Novo e no En­tron­ca­mento; ma­ni­fes­tação dos tra­ba­lha­dores da Saint-Go­bain; greve dos mi­neiros da Pa­nas­queira, entre muitas ou­tras – su­cede-se um vasto con­junto de lutas já mar­cadas para o fu­turo ime­diato, de­sig­na­da­mente a ma­ni­fes­tação da Ad­mi­nis­tração Pú­blica de amanhã, em Lisboa, a vinda à ca­pital dos tra­ba­lha­dores dos Es­ta­leiros de Viana, no dia 26, a ma­ni­fes­tação da ju­ven­tude tra­ba­lha­dora, no dia 27…

Lutas que darão um con­tri­buto pre­cioso para a der­rota da po­lí­tica que tem vindo a fla­gelar im­pi­e­do­sa­mente Por­tugal e os por­tu­gueses, de­vas­tando a eco­nomia, es­pe­zi­nhando a in­de­pen­dência e a so­be­rania na­ci­o­nais, li­qui­dando Abril, os seus va­lores e as suas con­quistas, es­pa­lhando as in­jus­tiças, rou­bando di­reitos, sa­lá­rios, pen­sões, se­me­ando po­breza, mi­séria, fome. Lutas que aca­barão, mais tarde ou mais cedo, por impor a ne­ces­sária e in­dis­pen­sável po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda.