Desastre nacional
Segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a aplicação, a Portugal e aos portugueses, do chamado «programa de assistência financeira» está «a acelerar, e muito, a ruína da nossa agricultura» e «a agravar a situação de desnutrição e fome dentro do País». «Podemos dizer que nos cortam em tudo aquilo que mais precisamos para trabalhar e viver, enquanto nos aumentam brutalmente os impostos», acusa, em nota de imprensa, a CNA, informando haver cortes no Orçamento do Estado que podem atingir mais de 140 milhões de euros, quando o Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) «já se encontra fechado a novas candidaturas».
A Confederação critica, de igual forma, o «aumento brutal dos impostos», em especial do IVA, que «tem contribuído para o aumento do custo especulativo dos combustíveis, da electricidade, das rações, adubos e pesticidas», o que «provoca o aumento de custos para se produzir, enquanto os preços à produção se mantêm em baixa».
As queixas dos agricultores estendem-se ainda ao aumento do desemprego, aos cortes continuados nos salários, pensões e reformas, à redução do poder de compra dos consumidores e do escoamento da produção nacional, «enquanto se degrada a qualidade alimentar». Também «o encerramento de serviços públicos de proximidade e a alienação das funções sociais do Estado – Saúde, Educação, Segurança Social – afectam a qualidade de vida no mundo rural e fazem aumentar o êxodo das populações».