As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) anunciaram, domingo, 20, o fim da trégua que tinham declarado unilateralmente em Novembro, quando iniciaram conversações de paz com o governo colombiano, a quem pediram a adesão a um cessar-fogo bilateral.
«É com o coração pesado que regressamos ao estado de guerra que ninguém quer», declarou aos jornalistas o chefe da delegação das FARC, Ivan Márquez, no início de uma ronda de conversações com o governo que decorre em Cuba.
Marquez também leu um comunicado em que se salienta o reconhecimento do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, do «cumprimento por parte das FARC da suspensão unilateral das suas acções ofensivas durante 60 dias», apesar da ofensiva das forças governamentais.
O representante da guerrilha colombiana pediu ao governo que «estude a possibilidade de um cessar-fogo bilateral e do fim das hostilidades para que as conversações de paz possam decorrer num ambiente tranquilo».
«Se, por qualquer razão, o governo colombiano não considerar oportuna a criação desse ambiente, proporemos a negociação de um tratado de regulamentação da guerra» para «evitar maiores sofrimentos à população».
O dirigente das FARC considera que é possível atenuar o impacto do conflito na população civil, designadamente através de uma moratória à instalação de bases ou quartéis militares no interior dos povoados, considerando que essa prática equivale a transformar as populações locais em escudos humanos, sendo proibida pelo direito internacional.
A delegação do governo colombiano não fez nenhuma declaração à entrada da ronda de conversações, que têm lugar no Palácio de Congressos de Havana.