Gás pimenta contra os estudantes
Na sexta-feira, 18, a PSP utilizou gás pimenta contra os estudantes, com idades entre os 14 e os 18 anos, da Escola Secundária de Alberto Sampaio, em Braga, que se manifestavam contra a criação dos mega-agrupamentos. A Organização Regional de Braga da JCP, repudiou, em nota de imprensa, «a actuação das forças de segurança no terreno», sublinhando que «de forma violenta e desproporcional actuaram sobre os estudantes que se manifestavam de forma pacífica». A JCP criticou igualmente a política que está a ser implementada pelo Governo, acusando-o de «uma visão meramente economicista que tem como objectivo a degradação da Escola Pública, o despedimento de professores e funcionários, a diminuição de serviços, o aumento do número de alunos por turma, atacar a gestão democrática e colectiva das escolas, em síntese, destruir a escola que o povo português construiu com Abril».
Também o Sindicato dos Professores do Norte condenou «veementemente» a actuação da polícia, tendo exigido a abertura de um inquérito para apurar responsabilidades. Em comunicado, o Sindicato considera que «enviar polícia de intervenção, de forma ostensiva, contra alunos que, pacificamente, se manifestavam contra medidas que vão prejudicar claramente a Escola Pública que frequentam, é assumir uma posição de autoritarismo e de não respeito pelo direito à indignação».
Por seu lado, Carla Cruz e António Filipe, deputados do PCP na Assembleia da República, questionaram o Ministério da Administração Interna sobre «qual a justificação para que tenha sido levada a cabo tal acção policial». Para os comunistas, esta situação «nada justifica a actuação das forças de segurança pública na medida em que a acção dos alunos em nada perturbava a ordem pública».