Alguns milhares de militares no activo, mas também na reserva ou na reforma, participaram, na tarde de sábado, dia 10, na manifestação que teve lugar em Lisboa, com o apoio das associações profissionais de praças (AP), sargentos (ANS) e oficiais (AOFA), com saída da Praça do Município para os Restauradores. Aqui, decidiram mandatar estas associações para «promoverem, no futuro próximo, a sequência de acções ou diligências necessárias para que cessem as medidas que tão profundamente vêm afectando os portugueses, em geral, e para que os militares vejam reconhecida, de facto, a dignidade dos seus direitos».
Na resolução, respondendo a «pressões que vão no sentido de, na Segurança Interna, ser atribuído aos militares um papel que vai muito para além do que a Constituição permite», declara-se que as associações profissionais «tudo farão para impedir a utilização dos militares em acções que visem reprimir a expressão democrática das preocupações e indignação dos portugueses».
No dia 27 de Novembro, dirigentes associativos e outros militares irão assistir à votação final do Orçamento do Estado, na AR, para testemunharem «as gravosas medidas» inscritas na proposta governamental. Em seguida, irão dirigir-se ao Tribunal Constitucional e ao Provedor de Justiça, alertando para «a iniquidade e a injustiça das medidas de que vão ser alvo por via orçamental.
Os militares concentrados na Praça dos Restauradores expressaram ainda apoio à realização de uma vigília, ao fim da tarde de dia 27, junto à Presidência da República, apelando a que Cavaco Silva, o comandante supremo das Forças Armadas, não promulgue a Lei do OE para 2013 e promova a fiscalização preventiva da sua constitucionalidade.
Também no sábado, em solidariedade com a manifestação em Lisboa, cerca de meia centena de militares concentraram-se em Ponta Delgada.
Greve geral
«Os militares são trabalhadores altamente especializados, que têm o legítimo direito de defenderem os seus interesses sociais e profissionais», refere a Euromil (Organização Europeia de Associações Militares), num comunicado que a ANS divulgou no dia 13, associando-se assim àquela mensagem de solidariedade para com os trabalhadores portugueses e dos demais países que iriam aderir à greve geral e outras lutas.