Estudantes em luta
Milhares de alunos do Ensino Básico e Secundário manifestaram-se em todo o País contra as políticas educativas do Governo. A JCP manifestou solidariedade para com a luta dos estudantes.
Muitos estudantes não têm manuais escolares
Apesar das condições climatéricas, milhares de estudantes demonstraram com convicção e determinação nas ruas de Vila Praia de Âncora, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Guimarães, Esposende, Braga, Vila Verde, Porto, Aveiro, São João da Madeira, Coimbra, Cantanhede, Marinha Grande, Caldas da Rainha, Alpiarça, Lisboa, Seixal, Barreiro, Montijo, Setúbal e Évora que estão contra a política do Governo e exigem uma Educação pública, de qualidade, gratuita e democrática para todos. Um pouco por todo o País, os alunos reafirmaram ainda que vão continuar a luta, nas escolas e na rua, pela defesa dos seus direitos e contra o Orçamento do Estado para 2013, que procura destruir a educação e empobrecer ainda mais as famílias.
«Os estudantes passam pelo momento mais negro da educação e do País desde o 25 de Abril. Nunca a qualidade, a gratuitidade e a democracia nas escolas estiveram tão em causa como nos dias de hoje», critica, em nota de imprensa, o Secretariado da Direcção Nacional da JCP, acusando PS, PSD e CDS de serem os protagonistas da destruição do «ensino conquistado» com a Revolução dos Cravos.
Cada vez mais degradadas, hoje, tudo falta nas escolas, desde os materiais para as aulas até aos professores. Uma situação que será agravada caso o Orçamento do Estado para 2013 seja aprovado, uma vez que reduz o Orçamento para a educação. «Num quadro em que as famílias empobrecem de dia para a dia, em que muitos estudantes não têm manuais escolares, nem conseguem todos os materiais de que necessitam, em que se acabou com os apoios ao passe escolar, cujos valores passaram para o dobro, os estudantes confrontam-se com graves dificuldades financeiras, que certamente levará ao aumento do abandono escolar», advertem os jovens comunistas.
Os estudantes do Ensino Básico e Secundário manifestaram-se também contra os exames nacionais e o Estatuto do Aluno, em particular com o seu regime de faltas. «Uma falta de material passou a equivaler uma falta de presença, e em muitas escolas estão a ser aplicadas multas pelas faltas injustificadas, tendo o director o poder de aplicar “castigos” aos estudantes», informa a JCP, explicando que esta é uma medida para «afastar milhares de estudantes do ensino» e de procurar «formas de financiamento das escolas a partir dos estudantes».
Dirigindo-se aos estudantes, a JCP reafirma que só «Com a Força da Luta, Construímos a Escola de Abril» – lema do 12.º Encontro Nacional do Ensino Secundário da JCP, que terá lugar no dia 17 de Novembro, em Lisboa. Este será um momento importante na Organização do Ensino Secundário da JCP, que, certamente, contribuirá para o seu reforço, para aprofundar o conhecimento da realidade dos estudantes do Ensino Básico e Secundário e reforçar a intervenção dos estudantes comunistas nas escolas e na luta pela educação pública.
Rita Rato, deputada na Assembleia da República, expressou, de igual forma, a solidariedade do PCP e saudou a luta dos estudantes, que «representa uma exigência de derrota desta política e deste Governo», sendo «uma resposta à destruição da escola pública e de qualidade».