na agenda de lutas
Todos a Lisboa dia 29
O Encontro Nacional sobre acção reivindicativa, no sábado, deu mais força à decisão do Conselho Nacional da CGTP-IN, no dia 12, e à mobilização geral para a grande jornada de luta que a central vai levar a cabo no dia 29 de Setembro, enchendo o Terreiro do Paço com as justas razões dos trabalhadores, dos reformados, dos jovens, das mulheres, dos desempregados e daqueles a quem a recusa de emprego estável coloca sob permanente ameaça de desemprego.
Exigir melhores salários alarga o campo da luta
Esta grande manifestação acresce à acção descentralizada, de âmbito nacional, que estava já agendada para 1 de Outubro, e à Marcha contra o Desemprego, que arranca no dia 5, em Braga e em Faro, para chegar a Lisboa, no dia 13. Mas, em simultâneo, a nível de sectores e de empresas e serviços, ocorrem inúmeras lutas de trabalhadores, que vão manter-se e intensificar-se.
Acabar com isto!
«É preciso acabar com esta política e com este Governo, antes que este Governo e esta política acabem com o País» – apelou o Conselho Nacional da Intersindical, na resolução aprovada ao final da tarde, em Lisboa. A convocação da manifestação de dia 29 surgiu como resposta às novas medidas de «austeridade», anunciadas por Vítor Gaspar, no dia 7, e por Passos Coelho, no dia 11, das quais se destaca o aumento da Taxa Social Única para os trabalhadores e a sua redução para as empresas.
O órgão dirigente da CGTP-IN apelou «aos trabalhadores, a todos os portugueses e portuguesas, para que, independentemente das suas opções sindicais ou políticas, se unam e promovam um grande levantamento de indignação geral contra este Governo e a política de direita, que está a comprometer o futuro dos jovens, agrava a vida dos idosos, aumenta a exploração dos trabalhadores, destrói a coesão social e arruína a vida das famílias, arrasa os pilares fundamentais do Estado democrático». A resolução explica que, «para dar expressão a este apelo», o Conselho Nacional decidiu convocar uma grande jornada de luta nacional, para 29 de Setembro, às 15 horas, apontando como lema «Todos a Lisboa, todos ao Terreiro do Paço, Contra o roubo dos salários e pensões, contra a ruína das famílias e a destruição do País».
O desenvolvimento da acção reivindicativa e a defesa da contratação colectiva foram as duas grandes linhas de intervenção abordadas no Encontro Nacional de dia 15, no salão da Voz do Operário. Reafirmando o essencial da resolução do CN, o documento aprovado no sábado acentua as perdas de poder de compra dos salários, que seriam agravadas pelo pretendido aumento da TSU. A exploração desenfreada dos trabalhadores, avisa a CGTP-IN, seria incrementada pela ofensiva patronal para aumentar o tempo de trabalho gratuito, diminuir o pagamento do trabalho suplementar e reduzir o valor da hora de trabalho, desregular os horários e impor «bancos» de horas.
Desenvolver a iniciativa sindical e intensificar a acção reivindicativa nos locais de trabalho é, assim, «condição necessária e decisiva para defender os direitos e melhorar as condições de trabalho, mas também para alargar o campo da luta mais geral».
No encontro foram aprovados os objectivos prioritários para a acção reivindicativa – onde se inclui um aumento dos salários de, pelo menos, quatro por cento – e para reforço da organização sindical de base.