- Nº 2024 (2012/09/13)

O PCP não os esquece

Festa do Avante!

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Bento Gonçalves, «exemplo de revolucionário comunista»; José Carlos Ary dos Santos, o «poeta militante» e intelectual que tomou partido; Adriano Correia de Oliveira, cuja voz «desafiou a repressão fascista, cantando e combatendo a ditadura», foram este ano homenageados no Espaço Central da Festa. Tendo todos falecido muito novos, mas deixando-nos um importante legado, completariam este ano, respectivamente, 110, 75 e 70 anos de idade.

Bento Gonçalves, secretário-geral do PCP entre 1929 e 1942, ano em que faleceu no Campo do Tarrafal – o campo da «morte lenta» –, em consequência do desumano e criminoso regime prisional fascista e da falta de cuidados médicos, foi, como referia o Avante! em 1961, quando do 40.º aniversário do PCP, «o principal obreiro da viragem radical do Partido, que o transformou de um grupo de comunistas mais ou menos activos, mais ou menos conscientes, no Partido político da classe operária». Classe de onde vinha, quando aos 17 anos foi trabalhar para o Arsenal da Marinha.

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A «Ary», como carinhosamente era tratado, cabem-lhe os poemas que hoje fazem parte do património de luta do povo e dos comunistas. Dizê-los e cantá-los «significa prosseguir o combate pelos ideais e valores de Abril». Falecido em 1984, o seu funeral foi bem a demonstração de quanto era admirado e querido pelo seu povo.

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Adriano Correia de Oliveira foi, por sua vez, o «cantor militante» que, dizia praticar aquilo que cantava. Para ele, cuja voz bela e firme ninguém esquece, os cantores deviam ser coerentes, tendo a obrigação de «se comportar de acordo com o que cantam». Aliás, dizia, a arte, seja qual for, se não reflectir o que se passa em cada sociedade, então «não é útil e falha substancialmente. Não corresponde à sua função».


MF