O PCP quer que sejam aplicados todos os instrumentos à disposição para apoiar as vítimas dos incêndios que durante vários dias lavraram na Região Autónoma da Madeira, provocando danos ainda difíceis de avaliar em toda a sua extensão. Logo na sexta-feira, os deputados comunistas no Parlamento Europeu, João Ferreira e Inês Zuber, falando em «catástrofe», questionaram a Comissão Europeia sobre as medidas de emergência e apoios excepcionais que poderiam ser desde logo mobilizados para acudir às populações, bem como os programas que poderão apoiar a reflorestação da ilha.

Já nesse dia, segundo o texto enviado à Comissão Europeia, os comunistas falavam de um incêndio de «grandes proporções» que percorria grande parte da ilha, sendo o nível de destruição «muito significativo. «Várias populações foram afectadas, havendo notícias de casas destruídas, famílias desalojadas e deslocação forçada de centenas de pessoas. Os fogos consumiram várias áreas de floresta e importantes áreas de produção agrícola».

Dois dias depois (não davam os incêndios sinal de abrandamento) o deputado do PCP à Assembleia da República António Filipe visitou a ilha, acompanhado por Edgar Silva, resposável pela organização partidária no arquipélago. Em declarações à comunicação social, o deputado acusou o Governo de ter minimizado a gravidade dos incêndios, confessando-se «impressionado» com a exigiudade dos meios colocados no terreno para lhes dar combate.

As declarações do primeiro-ministro e do ministro da Administração Interna, acusou, sugeriram que tivesse havido uma «resposta adequada à situação», o que em sua opinião não sucedeu. Pelo contrário, realçou António Filipe, a «resposta ficou muito aquém daquela que deveria ter sido dada», sendo evidente que «os meios, a forma de coordenação, todo o dispositivo, ficaram aquém daquilo que seria necessário».

Esta situação, como a que sucedeu na mesma altura no Algarve, mostra que o País não está «devidamente preparado para acorrer a situações de catástrofe com uma dimensão significativa». Em alguns casos, revelou, foi a população a resolver as situações.