O subfinanciamento imposto pelo Governo ao Ensino Superior poderá colocar em causa o «papel crucial» da Universidade do Algarve «na qualificação, inovação e valorização social e económica do conhecimento». Quem o diz é o PCP, que recentemente visitou a instituição e reuniu com a reitoria, com a associação académica e com docentes e investigadores.

Da visita, a delegação do PCP (que integrava o deputado Paulo Sá) constatou a «inquietação generalizada com a gravidade da situação imposta pela asfixia financeira da instituição e os seus efeitos lesivos na gestão corrente, nas condições de trabalho e vínculos laborais dos seus funcionários, assim como nos apoios sociais aos estudantes e nas taxas de abandono escolar». A dotação para a Universidade do Algarve recuou, em 2011, aos níveis de 2005. Este ano o corte foi na ordem dos 8,5 por cento.

Chegada ao limite a possibilidade de racionalizar despesas de funcionamento, resta agora à Universidade do Algarve cortar na massa salarial e reduzir a sua atividade no que à oferta formativa diz respeito. A incidência das restrições orçamentais põe em cima da mesa mais despedimentos, pela via da não renovação de contratos de docentes convidados, e, por consequência, a qualidade e o funcionamento de cursos.