Para ontem, na Praça D. Dinis, em Coimbra, estava prevista uma iniciativa de protesto contra as medidas desenvolvidas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC), relativamente aos bolseiros de investigação científica.

Na acção, promovida pelo Núcleo de Coimbra da Associação de Bolseiros de Investigação Científica, os bolseiros iam depositar, numa tômbola, um postal, que será posteriormente enviado para a sede da FCT, e explicar à sociedade o contributo dos bolseiros para áreas tão diversas como a Medicina, e Economia ou a Justiça.

Esta iniciativa, como explica o Núcleo, «surge após os sucessivos atrasos verificados no pagamento da primeira prestação das bolsas de doutoramento e pós-doutoramento, que atingem já mais de meio ano, empurrando muitos bolseiros para uma condição perigosa, em que dependem de empréstimos bancários e ajuda das famílias ou amigos». «Esta situação é ainda mais agravada pela impossibilidade de não poderem desenvolver outra actividade, devido ao regime de exclusividade imposto», acrescenta, em nota de imprensa.

A Associação condena ainda a «declaração desastrosa» do Governo que anunciou que os bolseiros vão começar a proceder ao pagamento de IRS, apesar de «permanecerem sem direitos básicos que qualquer contrato confere numa relação laboral, correndo o risco de passar a ser tratados como trabalhadores para motivos fiscais e mão-de-obra sem direitos para tudo o resto».