Uma avaliação positiva da greve geral é também o que faz a Direcção da Organização Regional da Guarda do PCP, que emitiu um comunicado onde felicita todos os trabalhadores que a ela aderiram.

Adesão corajosa e consciente cujo significado é tanto maior quanto é certo ter ocorrido num momento em que se regista um «ataque nunca visto após Abril» quer aos trabalhadores do sector privado (com as alterações às leis laborais, com mais precariedade e mais flexibilidade) quer aos trabalhadores do sector público, com a perda do subsídio de Natal e férias, o congelamento dos salários, a destruição do vínculo público, a destruição das carreiras.

Adesão num contexto marcado ainda pelo encerramento de serviços públicos no distrito, pela introdução de portagens nas ex SCUT – A 23, A 24, A 25 –, pelo aumento dos combustíveis e do custo de vida de uma forma geral.

Verificou-se, assim, uma resposta firme e determinada dos trabalhadores na defesa do emprego com direitos, contra o pacote de exploração e empobrecimento, mas também em defesa dos serviços públicos, das SCUT sem portagens, da escola pública de qualidade e gratuita e do Serviço Nacional de Saúde, da cultura, do património e das artes, da Segurança Social Pública e do Ensino superior sem propinas, pelo futuro de Portugal.

A justificar um particular destaque, segundo a DORG, está a adesão no Contact Center da EDP de Seia, que se situou nos 95%, quando é sabido que neste sector existe muita precariedade e a maioria dos trabalhadores são jovens. Nota de realce merece também a Dura, empresa onde cerca de 100 trabalhadores num total de 220 aderiram à greve geral.

Para além do envolvimento, em grande número, dos trabalhadores da Educação e da Saúde, da Segurança Social, da Justiça, da agricultura e florestas, esta forma superior de luta ficou ainda marcada pelo encerramento das visitas no Parque de Foz Côa, com uma adesão de cerca de 85%, e pelo fecho de portas do Arquivo Distrital da Guarda e do Museu Abel Manta, em Gouveia.

Os trabalhadores deram assim uma resposta a este Governo, afirmando que defenderão os seus direitos sempre com a sua luta.