Por todo o País, organizações e militantes do Partido constroem a greve geral somando argumentos, dando confiança, ganhando adesões, mobilizando. Assim o PCP cumpre o seu papel.
O Partido Comunista Português não se limita a manifestar a sua solidariedade com a greve geral de amanhã, momento alto da luta dos trabalhadores e do povo contra o pacto de agressão, por um Portugal com futuro. Na sua acção diária, toma parte activa no esclarecimento e na mobilização fazendo do êxito desta greve uma tarefa prioritária de todos os seus militantes e organizações.
Para além das intervenções públicas do Secretário-geral do PCP e de outros dirigentes nas iniciativas de comemoração do 91.º aniversário do Partido e do apelo da Comissão Política do Comité Central, as organizações partidárias aos mais variados níveis assumem o seu posto na mobilização para a greve.
Em Leiria, foram editadas várias versões do boletim O Trabalho dirigidas a diferentes empresas e sectores apelando à participação na paralisação. Aos trabalhadores do sector do vidro de embalagem (Santos Barosa, Gallo Vidro e Barbosa e Almeida), os comunistas lembram que o dia de salário perdido no dia da greve não é nada comparado com as perdas de vencimento impostas pelas leis que o Governo pretende aprovar. Após enumerar os direitos que a proposta saída do «acordo» assinado por Governo, patrões e UTG pretende retirar ou reduzir, o PCP garante: «não vamos deixar que nos roubem todos estes direitos, vamos aderir à greve geral!»
No boletim dirigido aos trabalhadores da Grandupla, os comunistas de Leiria apelam à unidade e à luta para fazer face à «tentativa de aumento da exploração e retirada de direitos». A administração está a chamar trabalhadores para rescindir «pagando muito abaixo daquilo a que os trabalhadores têm direito», sendo que ainda há pouco tempo recebeu 3,5 milhões de euros de apoios do QREN. Aos trabalhadores da Atlantis, o PCP saúda-os pela luta que travam por aumento salariais e incentiva-os a prossegui-la.
Travar a exploração, derrotar o pacto de agressão
Já no distrito de Lisboa, entre os múltiplos comunicados específicos editados, destaca-se aqueles que se dirigem aos trabalhadores da Scotturb e Barraqueiro, empresas privadas de transporte de passageiros. Pela natureza do trabalho prestado nestas empresas, o PCP destaca nesses boletins a intenção do Governo de acabar com o pagamento suplementar das horas extraordinárias, a redução do pagamento de domingos e feriados e a «oferta» de sete dias de trabalho suplementar aos patrões, por via do corte de feriados e férias.
A célula da TAP destaca o papel decisivo da luta dos trabalhadores no recuo do Governo quanto ao roubo dos salários na empresa, sublinhando a necessidade de prosseguir com essa luta – aderindo à greve geral – forçando a novos recuos e travando o saque, a exploração e a destruição da empresa. Na NAV, a célula do Partido apela ao protesto contra o roubo nos salários e pela derrota da proposta de revisão do Código do Trabalho, que implicará novas reduções de rendimentos e direitos.
Em Setúbal, dirigindo-se aos trabalhadores da Transportes Sul do Tejo (TST), o PCP recorda que o «acordo» da concertação social «não é lei e depende da resistência e luta dos trabalhadores ele ser ou não aplicado nas empresas». Se for por diante, os trabalhadores da TST sofrerão uma «baixa brutal na sua remuneração», já que muito do trabalho ali prestado é extraordinário ou ao fim-de-semana e feriados. Os comunistas realçam que «é possível parar esta ofensiva», nomeadamente com a realização de uma poderosa greve geral.
Tal como fizeram muitas outras direcções de organizações regionais do Partido, também nos Açores se apela à participação na paralisação, considerando que os açorianos têm «razões reforçadas» para aderir. Uma greve geral com êxito será um passo importante para «defender a nossa autonomia e o nosso desenvolvimento e dar mais força à exigência de uma política diferente» para a região e para o País.